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Oceanos mais quentes estão aumentando o risco de branqueamento de corais ao redor do globo

Quase todas as regiões do mundo têm apresentado temperaturas recorde ultimamente. Os oceanos absorvem muito deste calor, e isso está ameaçando os corais do planeta.

A mudança climática é amplamente responsável por essa crise — ou, em português claro, a culpa também é nossa, pois fomos nós que fizemos essa bagunça. O Havaí, em particular, viu seus corais sofrerem neste último verão no Hemisfério Norte. Grandes partes das ilhas e oceanos ao redor experimentaram o verão mais quente já registrado em comparação com a média histórica, de acordo com a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration, ou Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA).

Os corais são especialmente vulneráveis a aumentos menores de temperatura. Quando as águas ficam muito quentes, os corais expelem suas algas — que os ajudam a produzir alimentos — e eles podem eventualmente morrer.

No entanto, esse clareamento se estende muito além do Havaí, disse Mark Eakin, coordenador do Coral Reef Watch da NOAA, ao Gizmodo. Essas altas temperaturas colocaram os corais em regiões do Pacífico ao Caribe em alerta. O impacto se estende desde o norte de Bermudas, passando pelas Bahamas até Honduras.

A última vez que o branqueamento de coral ocorreu em escala global foi durante o período que durou de 2014 a 2017. Os recifes nas Samoas, Kiribati, Flórida e Caribe, entre outros lugares, sofreram pesadas perdas. Em 2015, os locais no oeste do Havaí perderam quase 50% de sua cobertura de coral, segundo a Divisão de Terras e Recursos Naturais do Havaí.

Agora, os cientistas estão vendo a temperatura do oceano subir perigosamente novamente. No início deste mês, os cientistas anunciaram uma onda de calor aumentando no Pacífico. É a segunda maior onda de calor registrada no Pacífico. Muitos dos corais do oceano ainda estão se recuperando dos danos que sofreram sob a onda de calor de 2014-2017, então o atual pode ser ainda mais perigoso.

“A maior coisa que está motivando isso são as mudanças climáticas”, disse Eakin. “Todo esse calor tem que ir a algum lugar, e o calor que normalmente entra na atmosfera é absorvido no alto oceano”.

Além disso, a onda de calor do Pacífico está apenas começando. Eakin disse que os modelos climáticos mostram que o estresse térmico pode continuar até novembro. São más notícias para os corais, mas também más notícias para outras formas de vida marinha, como baleias, focas e salmão.

O calor pode prejudicar a cadeia alimentar, incluindo os seres humanos próximos que vivem nas costas. Em todo o mundo, mais de meio bilhão de pessoas dependem de recifes para alimentação e renda, além de proteção contra furacões e tempestades. Sem recifes, os humanos sofrem.

Mapa mostra áreas em que podem haver branqueamento de corais
Quanto mais vermelho no mapa, pior a situação dos corais. Crédito: AP

Infelizmente, à medida que nosso mundo se torna cada vez mais quente, a proteção dos recifes se tornará mais difícil, porque eles terão uma chance menor de se recuperar. É por isso que muitos cientistas estão tentando criar “super corais”, que são corais resilientes que não embranquecem tão facilmente (ou de maneira alguma) durante esses eventos. A esperança é que, criando e trazendo mais desses para o meio ambiente, os corais possam evoluir para suportar melhor esse aumento de calor. Então, talvez, não perderemos completamente os corais.

Enquanto isso, teremos que esperar e ver como os recifes se saem após o evento de branqueamento deste ano. Vamos torcer para que termine mais rapidamente que o anterior.

Por Yessenia Funes, Gizmodo

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