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Mais de 4,5 mil incêndios florestais castigaram o DF desde o começo de 2019

Por G1 DF

De janeiro até 17 de agosto deste ano, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal atendeu 4.534 ocorrênciasde incêndios florestais. No ano passado, de janeiro até 31 de agosto, foram 4.277 ocorrências.

Ou seja, faltando 14 dias para terminar o mês, o número de queimadas já ultrapassou o total de incêndios registrados um ano atrás. “São, em média, 15 chamados diários”, dizem os bombeiros.

Nesta segunda-feira (19), quando o DF completa 77 dias sem chuva, um incêndio consumiu uma área do Parque Burle Marx, na região Noroeste de Brasília.

O local é uma reserva de cerrado, em meio a área urbana da capital. Os bombeiros levaram cerca de 6 horas para combater as chamas e a perícia foi acionada para apurar as causas do fogo.

O fogo podia ser visto desde o centro de Brasília. Muitos animais, especialmente aves, se abrigam na área.

Seca e baixa umidade

“Não há previsão de chover tão cedo”, afirma a meteorologista Nayane Araújo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

“Teremos sol e umidade abaixo dos 30%, pelo menos até o fim de semana.”

Nesta segunda, a umidade do ar ficou em 18% na Estação de Águas Emendadas e entre 20% e 22% nas demais áreas do DF. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o ideal é que ela atinja os 60%.

Segundo Nayane, essa é a segunda vez no ano em que a umidade fica tão baixa. O mesmo percentual foi registrado no dia 15 de julho. No ano passado, em 12 de agosto, a umidade do ar no Distrito Federal ficou em 11%.

“Em 2017 batemos recorde negativo de 9% de umidade no dia 29 de agosto.”

Por que mais queimadas em 2019?

Incêndio florestal atingiu o Parque Burle Marx, na região do Noroeste, no Distrito Federal — Foto: Flávia Alvarenga/ TV Globo

Se o DF vive a plenitude da seca em agosto, o começo do ano foi de chuva intensa. Segundo o Corpo de Bombeiros, o volume de chuvas contribuiu para o “aumento significativo da área de verde no cerrado”.

Isso seria uma das explicações para o maior número de ocorrências, afirma o coronel Álvaro Albuquerque.

“Houve o aumento da área da massa de vegetação, que neste período torna-se mais suscetível a incêndios.”

Pelos cálculos dos bombeiros, nesse ano, até julho, foram 3.035,57 hectares de área queimada. No ano passado, no mesmo período, a área total somou 1.436,41 hectares.

Como prevenir queimadas

Bombeiros apagam incêndio florestal no DF — Foto: Corpo de Bombeiros/ Divulgação

“O empenho da população é fundamental no combate às queimadas”, afirma o coronel Álvaro Albuquerque.

“Alguns comportamentos ainda permanecem, como fogueiras mal condicionadas ou limpeza de terreno com uso de fogo.”

Os bombeiros listaram uma série de medidas para coibir incêndios florestais:

  • Retirar toda vegetação no local em que fizer fogueiras
  • Não atear fogo para limpeza de terrenos, lixo ou resto de podas de árvores
  • Após fumar, apagar o cigarro e descartá-lo em local adequado

A corporação também orienta a população para que, ao identificar um incêndio, procure um local seguro, distante do fogo e da fumaça. Em seguida, ligue para o telefone 193 e indique o local exato do incêndio, se possível, com pontos de referência.

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