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Equipamento vai interceptar plástico dos rios mais poluentes do mundo

Em 2019, o holandês Boyan Slat apresentou o The Interceptor: um equipamento flutuante para capturar o lixo plástico nos rios. Nesta semana, sua organização The Ocean Cleanup anuncia parceria com a empresa finlandesa Konecranes para fabricar uma nova geração dos dispositivos flutuantes.

Projetado para aproveitar o fluxo natural do rio para capturar plásticos, o Interceptor retira os detritos da água e os conduz para lixeiras dispostas em seu interior. Usando dados de sensor, cada lixeira é preenchida até atingir sua capacidade total.

O veículo é capaz de extrair 50 mil quilos de lixo por dia – chegando a 100 mil em condições otimizadas. A embarcação é totalmente movida a energia solar e possui baterias de íon-lítio integradas.

Quando anunciou a novidade, dois equipamentos já estavam em funcionamento nas cidades de Jacarta (Indonésia) e Klang (Malásia). O terceiro chegou à cidade de Santo Domingo, capital da República Dominicana. Um quarto Interceptor, previsto para o Delta do Rio Mekong, no sul do Vietnã, teve sua implantação adiada para 2021. Mas o objetivo é expandir para nada menos que os 1000 rios mais poluentes do mundo.

“No final de um ano muito desafiador, estou feliz em ver o início da produção em série para o Interceptor. É um passo necessário para lidarmos com o fluxo global de poluição do plástico para nossos oceanos em escala. Acredito que a Konecranes é adequada para o trabalho e estamos ansiosos para vê-los construindo mais Interceptors nos próximos anos”, entusiasma-se Boyan Slat.

“Durante o último ano e meio, The Ocean Cleanup usou os insights desses sistemas piloto para compreender e desenvolver a tecnologia para a produção em massa. Essas atualizações incluem alterações no transportador, nas lixeiras e na barcaça”, afirma a organização em comunicado.

Dos rios para os mares

Para a Ocean Cleanup, a implantação de interceptores em grande escala ajudará a resolver o problema urgente da poluição plástica. Os rios são a maior fonte de plástico dos oceanos. A instituição estima que mais de mil rios são responsáveis por 80% da poluição com extensões que variam de 0,8 a 2,7 milhões de toneladas por metro ao ano, com pequenos rios urbanos entre os mais poluentes.

Ou seja, capturar o lixo ainda nos rios é uma tentativa de impedir que tais detritos cheguem até os oceanos.

A Ocean Cleanup mapeou os rios mais poluentes. As descobertas do material estão atualmente sob revisão para publicação científica.

Por Ciclovivo

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