Australianos reciclam fibra de carbono para fabricar pranchas
A fibra de carbono é um material versátil, usado na fabricação de diversos produtos, de tecidos a catalisadores. Sua aplicação revolucionou uma série de indústrias, graças à alta resistência e flexibilidade. Podemos encontrar fibra de carbono em parte de automóveis, turbinas de vento e aeronaves.
Infelizmente, toda esta versatilidade não é vista quando o tema é o descarte do produto. É um material difícil de se reaproveitar, não é biodegradável ou simples de reciclar. Na Austrália, 95% da fibra de carbono consumida acaba indo para aterros sanitários – uma média de 45 mil toneladas por ano.
A boa notícia é que um grupo de pesquisadores encontrou um destino muito melhor para o material: o surfe. “Conseguimos produzir uma prancha de carbono a partir de material reciclado e eu acho que vai ser um sucesso”, conta Filip Stojcevski, um dos idealizadores do projeto.
“Todo o material vem de partes usadas de automóveis e aeronaves. Mas, ao invés de ser enviado para o aterro sanitário, este material ganhou uma nova vida e se transformou em pranchas de surfe”.
Filip e Andreas Hendlmeier estudaram engenharia aeronáutica na Deakin University e se uniram ao químico James Randall para fabricar as pranchas em uma garagem em Victoria, na cidade de Jan Juc, famosa pelas ondas e pelo seu surfe.
Os três uniram a paixão pelo surfe com o conhecimento acadêmico e fabricaram as primeiras pranchas do mundo feitas com fibra de carbono reciclada.
Mais velocidade nas ondas
De acordo com Filip, a fibra de carbono é mais leve e resistente que a fibra de vidro, tradicionalmente usada na produção de pranchas. O resultado desta troca são pranchas mais leves, mais fáceis de transportar e mais rápidas quando estão no mar.
Um dos pontos chaves no projeto das pranchas foi garantir que elas não se tornassem muito rígidas ou suscetíveis a pequenas rachaduras por conta da estrutura da fibra de carbono. E, até o momento, os empreendedores tiveram sucesso.
O surfista Luke Rosson testou a prancah e aprovou. Disse que é um equipamento leve que garante mais velocidade nas ondas do que os modelos tradicionais de fibra de vidro. “Demorei um pouco para me adaptar, já que é um pouco diferente das pranchas que eu normalmente uso”, declarou ele.
“Já dá para imaginar que vai ser uma inovação incrível”, diz o surfista.
Outros destinos para a fibra de carbono
Outros pesquisadores estão estudando a possibilidade do uso de fibra de carbono reciclada em peças da indústria automotive ou como elemento na produção de cimento, mas a viabilidade ainda não foi 100% comprovada.
Neste cenário, as pranchas de surfe que reaproveitam o material, se tornam ainda mais atrativas – para os surfistas e para o meio ambiente.
Por Ciclovivo
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