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Projeto espalha casinhas para abrigar ninhos de pássaros

O Brasil soma quase duas mil espécies de aves, sendo a terceira nação do mundo com a maior diversidade de espécies, segundo dados da Lista de Aves do Brasil. Com tantos pássaros, criar abrigos, bebedouros e plantar certas espécies de plantas são formas de atraí-los sem aprisioná-los em gaiolas. Em Campos do Jordão, município do interior do estado de São Paulo, um projeto está instalando casinhas de madeira para abrigar ninhos de pássaros.

Criado há dois anos na região da Serra da Cantareira, o projeto Ninho de Pássaros é uma iniciativa dedicada à preservação do meio ambiente, à sustentabilidade e à saúde humana. A ação busca criar um ambiente acolhedor e seguro para as aves, ao mesmo tempo em que promove a conscientização sobre a importância da proteção da natureza e da conexão do homem com os pássaros.

Em Campos do Jordão, o projeto foi inaugurado em uma pousada, com a instalação de cinco casas, além da sede dos escoteiros da cidade – reforçando o compromisso com a educação ambiental e o envolvimento da comunidade local.

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Instalação das casas para aves na pousada em Campos do Jordão. | Foto: Divulgação

Para Juliana Parra, sócia no projeto, o objetivo central da ação é promover a harmonia entre a vida urbana e a natureza, incentivando a presença e a proteção das aves. “Pretendemos também sensibilizar a comunidade sobre a importância da conservação da biodiversidade e da preservação dos recursos naturais”, afirma.

As casinhas são produzidas em um ateliê, em Caieiras, e enviadas para todos os estados brasileiros. Veja a página oficial do projeto no Instagram.

Reaproveitando madeira usada

Não é novidade que parte da madeira comercializada no Brasil é extraída de forma ilegal. Evitando que um projeto tão nobre fosse parte desse problema, as casinhas do Ninho de Pássaros são construídas com madeiras reaproveitadas de obras, podas e descarte de madeireiras.

Cerca de 12 toneladas de madeira que iriam para o lixo já se transformaram em aproximadamente mil comedouros e ninhos para aves que vivem livres na natureza. Os modelos são únicos. Nenhuma casinha é igual à outra, e todas são personalizadas de acordo com o gosto do freguês.

A iniciativa agora conta com a parceria da multinacional holandesa de tintas e revestimentos AkzoNobel, por meio da sua marca Sparlack. Uma das ações práticas é a disponibilização do produto Cetol Stain Balance para garantir a durabilidade e proteção das estruturas.

Segundo a marca, o produto possui uma película elástica e microporosa, que não trinca, não descasca e acompanha os movimentos naturais da madeira, além de causar baixo impacto na natureza, por utilizar a Tecnologia Balance: a evolução do base água, que emite menos gases poluentes na atmosfera.

A AkzoNobel também é guardiã e mantém a Reserva Coral Tangará, com 700 mil m2, o equivalente a 70 campos de futebol, localizada no entorno da unidade em Mauá. A área, que corresponde a quase 10% da mata nativa da cidade, abriga rica fauna e mais de 100 espécies de pássaros já registradas em monitoramentos, entre elas algumas exclusivas da Mata Atlântica, como o beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis), o tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus) e o pica-pau-anão-de-coleira (Picumnus temminckii).

Pássaros e saúde mental

O projeto Ninho de Pássaros foi criado por Francisco Guetti, executivo do terceiro setor, e Juliana Parra, jornalista, durante a pandemia, para driblar a crise que afetou suas profissões.

No início, o foco era ambiental, para diminuir os impactos à natureza com o reaproveitamento das madeiras. Depois, o projeto demonstrou o quanto a conexão das pessoas com as aves melhorou a saúde humana.

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Casinhas do projeto são construídas com madeiras reaproveitadas. | Foto: Divulgação

“Quando conheci o Ninho, estava passando por um momento muito difícil, com depressão. Fiquei encantada com as casinhas e acabei adquirindo uma para colocar na pequena varanda do meu apartamento em São Paulo. Mas nunca imaginei que ela pudesse atrair tantos pássaros e me tirar daquela solidão”, conta a paulistana Isabel Vitor dos Santos. “Hoje, todos os dias, eu paro por alguns minutos para abastecer a casinha de frutas e sementes e esperar meus visitantes. É a melhor parte do dia”, completa.

Além de Isabel, muitas das que adquiriram as casinhas e passaram a ter contato com os pássaros diariamente se recuperaram da depressão e da ansiedade.

Estudos apontam que ouvir o canto de pássaros melhora a sensação de bem-estar dos seres humanos. Uma dessas pesquisas mensurou que esse sentimento pode perdurar por até 8 horas. Uma forma de trazer as pequenas aves para perto de forma natural e harmônica com a natureza é plantando árvores: conheça 22 árvores que atraem pássaros.

Por Ciclovivo

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