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Pesquisadores desenvolvem concreto fotovoltaico capaz de gerar energia solar que pode ser o futuro das construções sustentáveis

A energia solar vem se expandindo, assim como suas tecnologias derivadas, e atualmente já representa um terço da energia renovável mundial instalada, se tornando cada vez mais acessível. Dessa vez, pesquisadores desenvolveram um concreto fotovoltaico que gera eletricidade a partir da radiação solar. O concreto foi desenvolvido no México, sendo resultado da pesquisa de doutorado de Orlando Gutiérrez Obeso e Euxis Kismet Sierra Marques. Os criadores se formaram em Tecnologia Avançada no Centro de Pesquisa e Inovação Tecnológica Azcapotzalco, do Instituto Politécnico Nacional (IPN).

Para fabricar o concreto fotovoltaico, o processo desenvolvido pelos cientistas utiliza perovskita, que é um mineral de óxido de cálcio e titânio e uma alternativa mais custo benefício em relação às células solares de silício.

Utilizando moagem de alta energia, os inventores puderam desenvolver um pó de cimento em nanoescala, com partículas menores que 100 nanômetros. Ao sintetizar os materiais para desenvolver um perovskite e ao ligá-los ao óxido de titânio, desenvolveram células Gratzel, isto é, células solares orgânicas, que foram inventadas nos anos 90.

O resultado do final é um bloco sólido de concreto misturado com elementos orgânicos que tornam possível a captação da radiação solar e geração de energia elétrica. Com 38% das emissões de CO₂ ligadas à energia provenientes da construção, o projeto surgiu para satisfazer às demandas de materiais de construção mais benéficos ao meio ambiente.

Construções sustentáveis conseguirão gerar sua própria energia solar

Os cientistas esperam desenvolver um concreto que satisfaça diversos critérios estruturais, para que a tecnologia possa ser usada na construção de calçadas, lajes de fundação, pontes, docas de carregamento de dispositivos móveis, e dispositivos de iluminação arquitetônicos, entre várias outros usos em novas construções sustentáveis.

Euxis afirmou recentemente em uma entrevista para um canal mexicano local, que o material não apenas absorve a energia solar, mas também a luz artificial, como os raios UV, por exemplo, tornando o mais eficaz quando não está sob a luz solar direta.

A dupla de cientistas afirma também que, futuramente, será possível aos edifícios gerarem a sua própria energia solar de forma sustentável. Gutiérrez destaca que existem estudos para que isso seja possível. O princípio teórico já se tem e funciona e as células solares conhecidas atualmente, estão no mercado, estavam no laboratório há quatro décadas.

Construção civil e mercado de energia solar andam lado a lado

A empresa Platio, da Hungria, desenvolveu e já está vendendo desde 2021 um piso de energia solar para casas com capacidade de gerar eletricidade que pode ser devolvida à rede elétrica do consumidor. A empresa afirma que são necessários apenas 20 m² de piso solar para suprir o consumo anual de eletricidade de uma família média.

Além de gerar energia para a rede elétrica, outra forma de utilizar o produto consiste em abastecer carros elétricos. Já foram feitos testes em um shopping center da Hungria, onde foram instalados 6,47 m² do piso e ligados a uma pequena estação de recarga.

O intuito era abastecer os smartphones dos colaboradores ou clientes. Para confirmar ainda mais a eficiência do produto que gera energia solar, ele foi aplicado em praças, infraestruturas marítimas e parques, entretanto, o mesmo é voltado para residências, sendo utilizado em varandas, pátios, terraços e calçadas.

O design do piso conta com as cores para os ladrilhos, como preto, azul, vermelho e verde. E, embora o produto pareça ser escorregadio, a Platio afirma que o nível de antiderrapagem é alto, além de contar com uma manutenção muito simples, se comparado com painéis que são montados nos telhados.

Por CPG

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