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Pesquisadores anunciam descoberta de banco de corais com 16 quilômetros quadrados, em Fernando de Noronha

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) anunciaram a descoberta de um novo banco de corais, com 16 quilômetros quadrados de área, a 50 metros de profundidade e distante cinco quilômetros de Fernando de Noronha. Segundo a equipe do departamento de Oceanografia, é um dos maiores bancos da espécie de coral conhecida como “cérebro do Nordeste (veja vídeo acima)”.

A descoberta foi feita quase que por acaso. Os pesquisadores mapeavam o fundo do oceano na área do arquipélago, quando foram surpreendidos pelo achado.

Organismos vivos, os corais servem como abrigo para os animais marinhos, que se alimentam e se reproduzem no local. “Vimos cerca de 48 mil peixes de 66 espécies. Há uma riqueza neste tipo de ambiente”, declara a oceanógrafa Jacqueline Barros.

Doutora em oceanografia e professora da universidade, Mirella Costa destacou que a equipe ficou surpresa quando ainda estava no barco.

“Quando a gente descobre uma área de alta relevância ecológica como esta, é bastante positivo, porque elas podem ajudar a reconstruir os recifes que hoje estão sendo muito danificados”, afirma.

A expedição da equipe que permitiu a descoberta dos corais ocorreu em maio de 2017. Desde então, os especialistas estão catalogando a vida marinha encontrada na área do banco formado pela espécie chamada cientificamente de Montastrea cavernosa.

A equipe também desenvolveu um equipamento para gravar as imagens submarinas e observar em tempo real as áreas mais extensas e profundas.

Segundo Mauro Maida, professor de oceanografia da UFPE, até então, o que se conhecia como maior banco de corais de Noronha era a “Laje dos Dois Irmãos.”

“Esse banco que foi encontrado no mar de fora possivelmente é 24 vezes maior do que a Laje dos Dois Irmãos e perfeitamente saudável. Em termos desta espécie de coral, é um dos maiores bancos monoespecíficos, isso é, de uma espécie só, do Nordeste do Brasil”, informou.

Imagens produzidas pela equipe da UFPE mostram peixes na área do banco  de corais — Foto: UFPE/Divulgação
Imagens produzidas pela equipe da UFPE mostram peixes na área do banco de corais — Foto: UFPE/Divulgação

Mais trabalho

A descoberta da equipe da UFPE foi apresentada em congressos. Os responsáveis pelo trabalho afirmam, no entanto, que falta o reconhecimento da comunidade científica internacional.

Para isso, apontam, é necessário que eles publiquem as informações sobre o banco de corais de Noronha em um artigo científico, o que deve acontecer ainda este ano.

Agora, a equipe planeja mais ações para aprofundar os estudos. Uma das ideias é estabelecer a conexão entre o banco de corais e a biodiversidade no arquipélago.

“É importante para o aspecto de conservação, de manejo, de estudo da própria ecologia, desses animais, desse ecossistema. A gente não entendia ainda que eles estavam ocorrendo até esta profundidade, então é uma descoberta bem importante”, aponta a doutora em biologia marinha Beatrice Ferreira.

Para o pesquisador Mauro Maida, o trabalho pode ter um alcance maior ainda. “A gente espera que o banco ajude a recuperar a saúde da biodiversidade do arquipélago”, declarou.

Por Beatriz Castro, TV Globo

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