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O que vem primeiro, os carros elétricos ou a infraestrutura para eles?

Afinal, o que vem primeiro, os veículos elétricos (VEs) ou a infraestrutura para o seu abastecimento? Pelo que podemos observar, quem vem vindo antes neste dilema são os veículos. Aqui no Brasil o movimento acontece, principalmente, a partir dos early adopters ─ que são as pessoas mais dispostas a usarem novas tecnologias, pelas próprias montadoras e empresas do setor de mobilidade elétrica, mas é seguido bem de perto pela infraestrutura, que cresce de acordo com o aumento da frota. 

Nos países da Europa, por exemplo, onde o setor está mais avançado, o crescimento também aconteceu dessa forma, com o aumento da frota de veículos puxando a infraestrutura. A diferença é que lá a expansão se deu por incentivos governamentais, com o objetivo de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, e também pela redução do custo da produção de baterias.

Segundo Raphael Pintão, sócio-diretor da NeoCharge, empresa de infraestrutura para veículos elétricos, a expectativa de crescimento no Brasil é exponencial para os próximos anos, com participação cada vez maior do veículo elétrico puro ─ o BEV ─ na vida dos brasileiros e, consequentemente, o desafio de criar uma rede de abastecimento para residências, comércios e rodovias.

Setor ainda é pequeno no Brasil

Ainda que mais lento, em relação a outros países, o setor está crescendo e se consolidando aqui no Brasil. Houve avanços consideráveis nos últimos anos como a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos elétricos e a Resolução Normativa nº 819/2018 da ANEEL, que regulamenta a cobrança de recarga para veículos elétricos.

Já em relação à infraestrutura, vale citar as leis que obrigam a instalação de carregadores em determinados tipos de empreendimentos, que já são aplicadas nas cidades de Brasília e São Paulo. E para os proprietários/usuários há incentivos como a isenção de rodízio, do IPVA, entre outros.

  • Foto: Charles de Moura/PMSJC

A rede de abastecimento para estes veículos no Brasil ainda é pequena se comparada com outros países, mas é possível ver algumas iniciativas pelo país, como por exemplo, os pontos de recarga instalados na rodovia BR-277, no Paraná, que corta o estado de leste a oeste, e na rodovia Presidente Dutra, que liga as capitais de São Paulo e Rio de Janeiro.  Atualmente, há no Brasil cerca de 500 postos de recargas oficialmente conhecidos, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA).

“Além disso, vale lembrar que a maior parte dos carregadores ficarão na casa dos proprietários dos veículos”, afirma Raphael. Segundo a pesquisa Quatro Rodas Carros Elétricos, realizada pela Inteligência Abril em parceria com a empresa Mind Miners, de dezembro de 2019 a janeiro deste ano, 94% dos motoristas consideram uma autonomia de 300km suficiente para carros elétricos no uso diário, mas 79% acreditam que esse rendimento fica aquém do necessário nas viagens.

Vantagens dos veículos elétricos

  • Foto: andreas160578 | Pixabay

Segundo Raphael, além da questão sustentável, quatro motivos farão os veículos elétricos explodirem em vendas no mundo e no Brasil: primeiro o custo do abastecimento, quatro vezes menor em relação ao veículo à combustão, seguido pela eficiência do motor elétrico, pela manutenção e, por último, a performance, já que o motor elétrico entrega torque máximo instantaneamente.

“Há alguma pressão contrária por parte dos fabricantes de motor à combustão e os de etanol, mas a eletrificação é um movimento sem volta e o crescimento aqui será rápido, acompanhando o resto do mundo”, afirma o executivo. Ainda segundo ele, o país precisa de um plano mais ambicioso e estruturado, de longo prazo, para substituição consciente da frota antiga pela elétrica.

Vale lembrar que o valor dos veículos elétricos no mercado brasileiro ainda é bastante inacessível para grande parte da população.

Por Ciclovivo

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