Nova forma de poluição por plástico tem formato de pedras
Redação Galileu
Pesquisadores do Reino Unido descobriram um novo tipo de poluição por plástico que se parece muito com pedras. Essas “rochas”, chamadas de piroplásticos, podem estar espalhadas no mundo todo e se formam quando pedaços de plástico derretem no meio ambiente.
“O piroplástico precisa de uma classificação própria no guarda-chuva do lixo marinho”, escreveram os pesquisadores, no estudo sobre as “pedras”. “São fontes de partículas finas de plástico dispersas por quebra mecânica e um potencial recurso de contaminação para organismos que as ingerem.”
Os cientistas analisaram 165 pedaços de plástico coletados nas praias de Whitsand Bay, na Inglaterra e também outros 30 materiais do mesmo tipo encontrados na Escócia, na Irlanda e na região noroeste da Espanha.
Exames iniciais mostraram que o material mais comum nas pedras era polietileno (substância usada na fabricação de sacolas) e polipropileno (plástico usado para criar diferentes tipos de embalagens).
Uma técnica usada para identificar composições químicas revelou ainda a presença de uma substância que é misturada ao plástico para que ele ganhe cores. A quantidade presente do componente ultrapassava os limites da ROHS (Restriction of Hazardous Substances Directive), diretiva adotada pela União Europeia em 2003 para proibir que materiais perigosos sejam usados pelas indústrias.
Após colocarem amostras do piroplástico em tubos de carbonato de cálcio junto a minhocas marinhas da espécie Spirobranchus triqueter, os pesquisadores descobriram que o plástico podia ser absorvido pelos animais – ele saía nas fezes e poderia afetar o corpo de predadores que se alimentassem das minhocas.
Ainda não se sabe, no entanto, o quão perigoso o piroplástico pode ser e quanto dele pode estar escondido na natureza. No meio ambiente, as pedras de plástico são bem difíceis de serem identificadas, mas podem ser diferenciadas especialmente porque flutuam se jogadas na água.
O artista Rob Arnold até criou uma exposição especial para um museu na Cornualha, na qual visitantes tinham que adivinhar qual rocha era real e qual era de plástico – pouquíssimos conseguiram realizar essa tarefa.
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