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Itens descartáveis são usados para a produção de roupas em MS

O que você costuma fazer com as garrafas de refrigerantes, cervejas ou vinho? Você sabia que para o ecossistema esses objetos representam um grande risco? A reciclagem desses materiais acaba não sendo muito vantajosa para as empresas e a decomposição total do vidro na natureza pode durar até um milhão de anos.

Pensando nisso, o Inpa (Instituto Nacional de Proteção Ambiental), associação sem fins lucrativos de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, promove projetos sociais de proteção e preservação ambiental e atua em várias frentes de ações, inclusive, a reciclagem de materiais descartados no meio ambiente.

Recentemente, o Instituto começou a reaproveitar as garrafas de vidro, itens que se acumulam nos lixões, transformando-os em lajotas. O projeto recolhe diariamente cerca de 400 a 1,5 mil quilos de garrafas de vidro na cidade. Além de cooperar com a natureza, o projeto também emprega e capacita catadores da região, permitindo uma geração de renda.

Marcelo Torres Mendonça, 42, é bombeiro civil, presidente do Inpa e coordenador do projeto de reciclagem das garrafas de vidro. Em entrevista ao O São Paulo, ele explicou sobre a iniciativa e sua responsabilidade social. “Estamos no início do projeto, ainda de forma manual, mas certos de que estamos no caminho certo: cuidar do planeta é responsabilidade de todo cidadão”, afirmou, ressaltando que, toda ação colaborativa, hoje, é uma forma de cuidar do amanhã.

Garrafas Pet em roupas

Com o reaproveitamento das garrafas plásticas, é possível confeccionar, além das camisetas, uniformes, calças jeans, bermudas entre outros itens. Inclusive, o presidente do Inpa destacou que o Instituto fez uma parceria com a prefeitura da cidade para a confecção dos uniformes escolares.
“Junto com as escolas municipais da cidade, o projeto visa a impactar ainda mais! A aquisição dos uniformes pelos alunos onera muito [o orçamento familiar], e com as camisetas a partir da reciclagem, o custo sai basicamente pela metade do preço”, ponderou.

Marcelo Mendonça aproveitou para destacar a importância da educação ambiental nas escolas. A conscientização da população e percepção das pessoas de não jogar lixo e garrafas no lixo, dando o destino correto e sustentável ao vidro.

Como é feita a produção?

Após o recolhimento das garrafas, elas são quebradas e trituradas. Para a fabricação das lajotas são usados uma porção de cimento, areia e o vidro triturado. A mistura é colocada em uma forma que modela e dá consistência à lajota. No processo de produção de cada lajota, utiliza-se de 300 a 400 garrafas de vidro descartadas.

O coordenador enfatizou que o processo de fabricação das lajotas ainda é manual, e que a meta é produzi-las e vendê-las para levantar fundos e, entre as ações, comprar o maquinário para agregar na produção. O objetivo do Instituto é destinar as lajotas, a custo acessível, para a construção de casas, confecção de artefatos artesanais e abranger a construção civil da cidade, da região e expandir para o País.

O coordenador destacou que o vidro triturado substitui o granilite (pedra brita). “A substituição mantém a mesma durabilidade da lajota normal e, sobretudo, contribui para a diminuição da degradação ambiental frente à extração das britas”, disse.

Fonte de renda

Todo dinheiro arrecadado com a venda das lajotas é revertido em renda para as pessoas que trabalham na coleta desses resíduos, e na manutenção dos projetos do Instituto.

(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)

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