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Invasão de nova espécie de lagarto a Fernando de Noronha é investigada por pesquisadores

Uma nova espécie invasora em Fernando de Noronha é investigada por pesquisadores. Eles constataram que existe, na ilha, uma invasão de lagartos Tropidurus, espécie que pode causar um desequilíbrio ecológico.

Pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) derem início a um estudo de campo e deixaram Noronha no segundo final de semana de dezembro, depois de realizar uma coleta de informações sobre o animal.

Fotos dos lagartos dessa espécie foram repassadas pela direção do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) para as duas universidades.

“Neste ano, foram feitos três registros desse lagarto em locais diferentes. Nós entendemos que existe uma invasão, não é uma situação isolada. Por isso, visitamos Noronha para entender o que está acontecendo”, disse o biólogo Felipe Toledo, professor da Unicamp e especialista em anfíbios e répteis.

Os pesquisadores têm uma hipótese sobre a forma de chegada da espécie exótica à ilha. “Nós achamos que esse lagarto chegou ao arquipélago junto com o transporte de madeira ou material de construção ao acaso. Agora, esse animal está espalhando em Noronha”, declarou Felipe Toledo.

Os estudiosos analisam as ações a serem tomadas. “Nós queremos saber se é possível conter a invasão, controlar, ou se existe uma situação mais difícil”, afirmou o pesquisador.

O biólogo também contou que é preciso analisar os riscos, pois Noronha tem um ecossistema delicado e espécies endêmicas, que só existem na ilha, como as mabuyas. Ele também afirmou que há a possibilidade de competição entre as mabuyas e o novo lagarto invasor na disputa por espaço e alimentos.

“É preciso cuidado com as espécies endêmicas, ameaçadas de extinção. Uma nova espécie pode prejudicar o ecossistema. Elas vão se alimentar de insetos e podem transmitir doenças para mabuyas e outras espécies nativas”, explicou o pesquisador.

Monitoramento

Os pesquisadores querem o apoio dos moradores para localizar a espécie invasora. “É importante que as pessoas que encontrarem esse lagarto fotografem e repassem a informação ao ICMBio ou para nossa equipe de pesquisa. Com isso, vamos saber onde está o animal e se essa população está crescendo”, declarou Felipe Toledo.

No período em que Noronha foi administrada por militares, no século passado, foram introduzidos tejus para conter os ratos na ilha. Como têm horários de alimentação distintos, os tejus passaram a se alimentar de ovos de aves marinhas. Como existe um plano de monitoramento que está sem execução, a equipe da pesquisa disse que será elaborada uma proposta para encaminhar ao ICMBio.

Por G1

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