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Estudantes de Pernambuco criam repelente com canela e hortelã para combater Aedes aegypti

Cinco estudantes do 1º ano do Ensino Médio de uma escola em Ipojuca, em Pernambuco, desenvolveram aromatizante e larvicida à base de canela e hortelã com capacidade de combate ao mosquito Aedes aegypti com mais eficácia do que repelentes industrializados.

O projeto é finalista do Prêmio Respostas para o Amanhã, iniciativa global da Samsung que desafia alunos e professores da rede pública de ensino de todo o país a desenvolverem soluções para problemas locais com experimentação científica e/ou tecnológica por meio da abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

A ideia teve como motivação um grande aumento em Pernambuco, em 2019, do número de casos de dengue, zika e chikungunya, doenças que, assim como a febre amarela, são transmitidas pelo Aedes aegypti.

O grupo de iniciação cientifica da Escola de Referência em Ensino Médio de Ipojuca, cidade com cerca de 85 mil habitantes que compõe a Região Metropolitana do Recife, buscou uma maneira de barrar o desenvolvimento do mosquito em todos os seus estágios utilizando apenas substâncias orgânicas.

Plantas medicinais

hortelã

“Estudamos plantas medicinais da região que demonstrassem eficiência suficiente para não ser necessário o acréscimo de produtos químicos e tóxicos que poderiam comprometer o meio ambiente e a saúde humana”.

“Conseguimos resultados muito promissores com a combinação dos óleos essenciais das plantas hortelã-pimenta e canela, eliminando larvas e mosquitos em 30 minutos, enquanto inseticidas industriais levam horas. Não encontramos registro científico desse resultado, é algo inovador a ser estudado pela comunidade científica”, contou Carlos José de Souza Júnior, professor de Matemática do 1º ano do Ensino Médio da Escola de Referência em Ensino Médio de Ipojuca.

Laboratório com materiais reciclados

Para a descoberta, foram necessárias adaptações para que fossem respeitadas as orientações de distanciamento social. Cada um dos cinco estudantes do projeto recebeu em casa um kit de laboratório reciclado, confeccionado com material de papelão, isopor e madeira MDF.

Para captar os óleos essenciais das plantas, também foi desenvolvido um destilador de araste a vapor sustentável para cada um dos participantes do projeto, utilizando tubos PVC 40, madeira e chapas de alumínio reaproveitada, garrafas PET, mangueiras de nível, motor DC 9V de impressora ou aparelhos de DVD, conectores e pilhas.

“O nosso maior desafio foi levar o ensino para a casa do aluno, mantendo nosso foco em sustentabilidade. Assim, também desenvolvemos uma utilização mais segura do biorrepelente, que não pode ser colocado na pele humana, devido ao risco de reações alérgicas. Nossa solução foi utilizá-lo em um aromatizador de ambiente capaz de repelir os mosquitos”, contou o professor Carlos José de Souza Júnior.

“Criamos um difusor elétrico sustentável, utilizando carregadores de celulares em desuso com uma tensão a partir de 5V e de 1,5A, latinhas de alumínio de refrigerantes ou desodorante aerossol, fio de níquel cromado para a resistência e estanho para soldagem e algodão”.

Desenvolvimento Sustentável

consumo consciente instituto akatu
Foto: iStock

“Com a proposta de combate ao Aedes aegypti utilizando produtos de fácil acesso em todas as etapas, o projeto vindo de Ipojuca atende importantes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) indicados pela Organização das Nações Unidas e que são incentivados pelo Prêmio Respostas para o Amanhã, promovendo educação de qualidade, oportunidade de aprendizagem, soluções sustentáveis e incentivo a uma vida saudável”, afirmou Isabel Costa, Gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil.

“Em um ano marcado pela adoção do ensino remoto, professores e estudantes se reinventaram e apresentaram uma série de projetos relevantes que conversam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para atender às demandas locais”, disse Anna Helena Altenfelder, Diretora Executiva e Presidente do Conselho de Administração do CENPEC Educação, instituição que faz a coordenação técnica do Prêmio Respostas para o Amanhã.

Prêmio Respostas para o Amanhã

O projeto desenvolvido em Ipojuca é um dos finalistas da edição atual do Prêmio Respostas para o Amanhã. Todos os 10 contemplados já recebem mentoria online desde setembro, quando foram definidos os 20 semifinalistas, e continuarão com esse apoio contínuo no desenvolvimento da proposta até o anúncio dos vencedores, em 19 de novembro.

Mesmo em um cenário atípico de distanciamento social, o programa atraiu 1749 estudantes, 997 professores e 303 escolas públicas diferentes somente nesta sétima edição brasileira. Ao todo, foram avaliados 521 projetos, sendo 202 (38,8%) da região Sudeste, 174 (33,4%) do Nordeste, 81 (15,5%) do Norte, 37 (7,1%) do Centro-Oeste e 27 (5,2%) do Sul.

Os 10 finalistas serão analisados por uma comissão avaliadora, que definirá os vencedores nacionais, e pelo júri popular, que indicará três projetos a serem premiados em votação que começa em 12 de novembro. Todos os resultados serão divulgados no site oficial do Prêmio Respostas para o Amanhã em 19 de novembro.

Para mais informações, acesse o site do programa.

Por Ciclovivo

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