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Como os saberes ancestrais dos povos da Amazônia podem ajudar novos negócios?

Em meios aos dados divulgados pelo Inpe mostrando o aumento do desmatamento da Amazônia, o grupo indígena Yawanawá permanece na floresta preservando os saberes ancestrais. E este conhecimento também está sendo repassado para não-indigenas porBiraci Brasil, um dos líderes do grupo que criou o festival Yawa para apresentar a aldeia para as pessoas interessadas em conhecer sua cultura. 

Junto com o arquiteto Marcelo Rosenbaum, Biraci Brasil participou do BlastU, evento de inovação realizado na última quarta-feira (14 de agosto). Os palestrantes falaram sobre a importância da preservação dos conhecimentos indígenas — e como é importante o respeito pela cultura dos povos tradicionais. 

O próprio Rosenbaum já usou o conhecimento do grupo indígena quando criou uma coleção de luminárias inspiradas na Amazônia e na cultura yawanawá. Mas o arquiteto faz um questionamento: estes são novos negócios a partir do olhar de quem? Ele alerta para a necessidade de ouvir mais e se colocar no lugar dos indígenas para realmente conseguir entender a sua cultura. “Pelo o que aprendi, o olhar é esse: criar novos negócios a partir de quem está lá, do saber do outro. Não adianta chegar lá com o olhar de colonizador.”

Quando vão até a Amazônia para o festival Yawa, os visitantes ficam cinco dias dentro da aldeia Yawanawá, onde também têm a possibbilidade de experimentar as medicinas da floresta. “Nossas medicinas são sagradas e compartilhamos com as pessoas”, diz o cacique.

Além disso, Biraci conta que grupo indígena também formou médicos e pensa em abrir um hospital no local, mas não da maneira como conhecemos nas cidades. Para isso, eles usarão as mais de 2,7 mil plantas medicinais catalogadas e que é dever dos Yawanawá cuidar “para caso a humanidade precise um dia”.

Biraci Brasil e Marcelo Rosenbaum durante o BlastU (Foto: Carina Brito)

Para Biraci, é necessário criar um novo conceito de humanidade porque, em sua visão, a que temos hoje está declinando. “É um futuro inseguro, com queimadas na amazônia, poluição nos rios e o aquecimento global. Daqui a mil anos, como será o homem nesta terra?”, questiona. “Precisamos rever a maneira de condução e nos conectar com o ser criador e a natureza.”

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