Barreira de bolhas interceptam plásticos em rios de Amsterdã
Os canais de Amsterdã, na capital da Holanda, somam mais de 100 quilômetros e não estão a salvo da poluição plástica. Entretanto, uma curiosa invenção está chegando na cidade para resolver este problema. Trata-se da “The Great Bubble Barrier”, uma tecnologia que cria bolhas na água tornando mais fácil a captação de lixo plástico.
Semelhante a uma mangueira gigante, o equipamento consiste em um tubo de 60 metros cheio de orifícios pelos quais compressores bombeiam o ar. A pressão cria bolhas que conduzem os resíduos de baixo para cima, fazendo com que o lixo chegue à superfície – onde será recolhido por uma plataforma flutuante. Além disso, o tubo é posicionado na diagonal para que a própria corrente natural ajude a mover o lixo.
O mecanismo funciona de forma simples e, melhor ainda, não bloqueia a passagem de barcos e não causa danos à fauna marinha. Desenvolvido para rios e canais, a ideia é coletar os resíduos antes que eles cheguem ao mar e oceanos, inclusive, os pequenos fragmentos microplásticos.
Após o sucesso em testes no rio Issel (também nos Países Baixos), agora a prefeitura de Amsterdã e o Conselho Regional de Água acabam de instalar o modelo no canal Westerdok. O objetivo é que ele esteja em funcionamento durante três anos, 24 horas por dia.
Por ano, operações de barcos em Amsterdã removem cerca de 42 mil quilos de lixo flutuante nas vias navegáveis da cidade. Com a instalação da barreira, a gestão espera reduzir significativamente tais resíduos.
Criada pelas holandesas Anne Marieke Eveleens, Francis Zoet e Saskia Studer, a invenção foi a vencedora do prêmio Plastic Free Rivers Marathon e do concurso Green Lottery Postcode. Este último premia as melhores soluções em empreendedorismo sustentável e rendeu ao trio 500 mil euros -, usados para tirar o projeto do papel.
Marcia Sousa, Ciclovivo
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