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Umidade fica abaixo de 15% em cidades do Sudeste e Centro-Oeste; entenda o fenômeno

Por Patrícia Figueiredo, G1

A onda de calor que atingiu diversas cidades da região central do Brasil nos últimos dias veio acompanhada de baixos índices de umidade relativa do ar. Em cidades do Centro-Oeste, como Goiânia (GO), Paraúna (GO) e Bataguassu (MS), o índice chegou a ficar abaixo de 10%, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O ideal para a saúde humana é pelo menos 60%.

Apesar do incômodo causado pelo tempo seco, os índices estão normais para esta época do ano, explicam meteorologistas. Além disso, os especialistas alertam que o pior já passou: a tendência é que uma frente fria aumente ainda mais a umidade a partir de sexta-feira (20) em São Paulo e no Sul de Minas Gerais. Nos estados do Mato Grosso, Goiás e Tocantins o maior alívio deve chegar apenas na próxima semana.

“Por enquanto não há nada de anormal nos índices dessas cidades. É justamente nesta época do ano, no final do inverno, que nós temos os índices mais baixos na região”, explica Naiane Araújo, do Inmet de Brasília.

“Como estamos nos aproximando da primavera, já temos as temperaturas mais altas que diminuem a umidade, mas ainda não temos o escoamento dos ventos que favorece a chegada das chuvas”, completa Franco Villela, do Inmet de São Paulo.

Inmet registra umidade abaixo de 15% em cidades do Centro-Oeste, Sudeste e Norte do país.  — Foto:  G1
Inmet registra umidade abaixo de 15% em cidades do Centro-Oeste, Sudeste e Norte do país. — Foto: G1

O índice de umidade relativa do ar representa a quantidade de vapor de água presente na atmosfera. No Brasil, este índice costuma ser mais baixo no período da tarde, entre 12h e 16h.

“A umidade é inversamente proporcional à temperatura, quanto mais alta a temperatura, mais baixa a umidade”, explica Alexandre Galvão, analista do Climatempo.

Além da temperatura, outros fatores que influenciam a umidade do ar são a presença de rios, represas ou oceanos, o tipo de vegetação presente, a latitude e o relevo, segundo Galvão.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), índices inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana.

Os principais problemas decorrentes da baixa umidade do ar são:

  • Ressecamento de mucosas;
  • Sangramento pelo nariz;
  • Ressecamento da pele;
  • Irritação dos olhos;
  • Aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas.

Umidade de deserto?

Apesar dos baixos índices de umidade registrados no interior do Brasil, meteorologistas avaliam que a situação ainda é muito diferente da verificada em regiões desérticas, como o Deserto do Atacama, no Chile, e no Saara, que encobre boa parte do Norte da África.

“Os desertos não podem ser todos colocados no mesmo balaio. A gente não pode homogeneizar”, avalia Franco Villela, do Inmet.

Segundo Villela, há diversos tipos de deserto no mundo e suas características diferem.

O Atacama, no Chile, é considerado um deserto costeiro, onde a umidade média do ar pode chegar a até 40% em alguns meses do ano. Apesar do índice relativamente alto para um deserto, as condições não são propícias para precipitação, então chove menos do que em desertos com umidade mais baixa, como o Saara.

Deserto do Atacama, Chile — Foto: Anderson Viegas/ G1 MS
Deserto do Atacama, Chile — Foto: Anderson Viegas/ G1 MS

Além disso, a variação da umidade ao longo do dia em regiões desérticas é muito diferente da verificada no Brasil, explica Naiane Araújo.

“O que acontece nos desertos é que essa situação de baixa umidade permanece durante todo o ano e quase todo o dia, seja de noite ou de manhã”, explica. “Aqui no Brasil, a baixa umidade é normal só no inverno e sempre durante o dia, na hora do pico de radiação solar, das 14h às 16h.”

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