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Tartarugas marinhas ameaçadas de extinção aproveitam praias vazias

Com as praias vazias pelo isolamento social, algumas espécies estão aproveitando o espaço e o tempo que ganharam nas areias do mundo. Para as tartarugas marinhas, a quarentena está sendo bastante benéfica.

A maior espécie de tartaruga dos oceanos, a tartaruga de couro, está justamente na época da desova. A espécie vive entre 200 e 300 anos e é encontrada em oceanos tropicais e subtropicais. Cada animal pode pesar até 400 kg e medir 2 metros de comprimento.

Segundo pesquisadores da Sea Turtle Conservancy, entidade que trabalha pela conservação das tartarugas nos Estados Unidos, a Dermochelys coriácea, também conhecida como tartaruga gigante, está ameaçada de extinção e as praias vazias da Flórida são uma ótima notícia para a espécie.

Além da ausência de pessoas, as praias também ficam livres de outras ameaças que estas pessoas trazem para as tartarugas, como resíduos plásticos e até mesmo luzes noturnas – que confundem filhotes que estão buscando o mar.

Otimismo

“É prematuro tentar usar números para demonstrar o que todos pensamos e esperamos que esteja acontecendo. Os números ainda não estão lá. Ouvi dizer que a temporada está indo muito bem até agora, está começando bem”, contou David Godfrey, diretor da Sea Turtle Conservancy, em entrevista à CNN.

O otimismo de David tem razão de ser. Juno Beach fica na costa leste do estado e é considerada a praia no mundo com a maior densidade de ninhos de tartarugas, na época da reprodução. No ano passado, no trecho de 15 km de Juno Beach, foram registrados 21 mil ninhos de tartarugas e, nas duas primeiras semanas de desova de 2020, os biólogos do centro já perceberam um pequeno aumento no número de ninhos. São necessários cerca de 60 dias para que os ovos eclodam e os filhotes cheguem ao mar.

Filhotes de tartaruga de couro na Tailândia.
Foto: Reuters

Outros ninhos de tartaruga gigante foram encontrados na Tailândia. No total, 11 novos ninhos foram descobertos por pesquisadores locais. Segundo Kongkiat Kittiwatanawong, diretor do Centro Phuket de Biologia Marinha, este é o maior número já encontrado em  20 anos, “Se compararmos com o ano passado, nós não tivemos esse tanto de ninhos porque as tartarugas sofrem com o risco de serem mortas por equipamentos de pesca e pela presença humana nas praias”, explicou ele à agência Reuters.

Tartarugas-oliva na Índia

Na Índia, as tartarugas marinhas também estão aproveitando as praias vazias. Pela primeira vez em 7 anos, milhares de tartarugas da espécie oliva (Lepidochelys olivacea) desovaram nas praias da região de Rushikulya durante o dia. Mas, segundo os pesquisadores locais, ainda não é possível afirmar que a quarentena pode levar a um aumento no número de ninhos e filhotes, uma vez que o número de fêmeas e ninhos já havia aumentado na última temporada. Antes da pandemia, o acesso aos locais de desona e nescimento dos filhotes já era controlado.

Consideradas as tartarugas marinhas mais abundantes no mundo, a tartaruga-oliva é considerada uma espécie vulnerável porque, de acordo com a WWF, faz ninhos em raríssimos lugares e qualquer distúrbio nestas praias pode representar uma ameaça a toda a população.

A cada ano cerca de 800 mil fêmeas de tartaruga-oliva retornam às praias onde nasceram para colocar seus ovos e metade desta população desova justamente nas praias de Gahirmatha e Rushikulya Rookery, na Índia.

Por Ciclovivo

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