Tartarugas gigantes de Galápagos voltam para casa após ajudarem a salvar espécie
Cerca de 15 tartarugas gigantes que viveram em cativeiro por décadas foram libertadas em sua ilha natal em Galápagos depois de salvarem da extinção sua espécie, que agora tem uma população de mais de 2 mil membros que se reproduzem naturalmente, informou nesta terça-feira (16) o Parque Nacional de Galápagos.
Uma das tartarugas libertadas na Ilha Española é um macho com cerca de 100 anos chamado Diego e conhecido por sua fertilidade, pois durante o período no cativeiro ele adicionou cerca de 800 descendentes da espécie Chelonidis hoodensis.
“Sempre dominante”, disse Freddy Villalva, o agente florestal que cuidou da tartaruga por 17 anos. “Sabemos que, graças a ele, conseguimos levar em frente uma espécie que estava à beira da extinção”, acrescentou.
Tartarugas gigantes nas ilhas Galápagos — Foto: Guillermo Granja/Reuters
Volta ao lar e quarentena
Diego voltou à Ilha Española quase oito décadas depois de ter sido retirado. Durante anos, ele viveu no zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, até os cientistas o encontrarem durante uma busca por um espécime masculino com características genéticas semelhantes à espécie que estavam tentando salvar.
Em 1976, ele foi incluído na Iniciativa de Restauração de Tartarugas Gigantes, um programa de criação em cativeiro em Galápagos.
Antes de seu retorno à natureza, a tartaruga Diego, juntamente com outros dois machos e 12 fêmeas, foram submetidos a uma quarentena rigorosa e depois transferidos de barco para a costa da ilha.
Jornada a pé
Agentes florestais e cientistas começaram uma jornada de 2,5 quilômetros a pé, levando os quelônios nas costas para chegar a Las Tunas, onde há um grande número de cactos, o que facilitará sua reabilitação.
“Sem dúvida, é um programa bem-sucedido, já que conseguimos restaurar essa população quase à beira da extinção, eram apenas 15 indivíduos e atualmente há uma população de mais de 2.000 na Ilha Española”, disse o diretor do parque, Danny Rueda, em um comunicado à imprensa.
“Podemos suspender o programa de criação em cativeiro para esta espécie porque seu comportamento natural é eficaz”, acrescentou, observando que um monitoramento será realizado graças ao sistema de rastreamento por satélite incorporado em cada tartaruga.
A tartaruga gigante de Galápagos, que pode viver até 200 anos, foi uma das espécies que ajudaram o cientista Charles Darwin a formular sua teoria da evolução no século XIX. Em 1978, a Unesco declarou as ilhas como Patrimônio Natural da Humanidade.
Por G1
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