Série mostra como agricultores estão lucrando mais plantando florestas
Em muitos lugares do Brasil, agricultores familiares e alguns grandes produtores rurais estão plantando árvores nativas para recuperar áreas degradadas. O reflorestamento, além de ser benéfico e necessário para o meio ambiente, é também lucrativo para os agricultores.
É isso que mostra a série Caras da Restauração, composta por episódios em vídeo e reportagens. A série retrata cinco histórias em diferentes estados – de produtores familiares a grandes produtores.
Em comum, todos têm a transformação de sua relação com a terra e o lucro advindo da floresta, que pode ser maior do que a rentabilidade de atividades agropecuárias convencionais.
Os episódios serão lançados toda a semana, todas às quartas-feiras, no site da WRI Brasil. O primeiro episódio já está no ar e traz um caso de restauração no Estado do Pará, em plena floresta amazônica. Trata-se da transformação da família Soares, agricultores do município de Juruti, que migraram da tradicional produção exclusiva de mandioca para um sistema agroflorestal.
Adicionando árvores nativas da Amazônia, com frutíferas e outras culturas agrícolas junto da mandioca, eles esperam elevar a produtividade e a renda ao mesmo tempo em que restauram uma área de floresta que sofria com práticas de corte e queima.
Década da Restauração
Caras da Restauração antecipa a Década da Restauração, que a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou para o período entre 2021 a 2030. Além das histórias de vida, os vídeos também trazem informações sobre os contextos e questões técnicas vinculadas a cada realidade.
Cada episódio traz um relato aprofundado das transformações vividas a partir da decisão de investir na restauração florestal, mostrando o processo de mudança de mentalidade das pessoas retratadas – o que acaba formando um fio condutor da narrativa que ajuda a ilustrar porque práticas de produção mais sustentáveis fazem sentido, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.
“São histórias e rostos que humanizam uma agenda de reconstrução de nossa economia e contribuem para o compromisso do Brasil de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e áreas degradadas até 2030”, afirma Miguel Calmon, diretor de Florestas do WRI Brasil
“Essa meta só pode ser alcançada por meio de uma diversidade de soluções, projetos, escalas e características locais – e é exatamente isso que estamos mostrando: os rostos e as histórias de quem está fazendo, bem como os caminhos possíveis”, destaca.
Oportunidade sustentável
Para o WRI Brasil, a restauração florestal deve ser reconhecida como uma oportunidade com potencial de geração de benefícios econômicos, sociais e ambientais. A recuperação de milhares de hectares de terras pelo plantio de espécies arbóreas nativas de valor econômico e pela utilização de sistemas agroflorestais, cria empregos e boa produtividade nas comunidades agrícolas, além de contribuir para a segurança alimentar e hídrica.
As histórias da família Soares, de Bruno Mariani, Silvany Lima, Patrick Assumpção e do casal Emerson e Viviane ajudam a ilustrar como os diferentes níveis de governo, o setor privado e os tomadores de decisão dentro do setor agrícola podem se engajar nesse movimento.
Confira abaixo as histórias que cada episódio revela
Episódio 1: Um projeto de vida amazônico
Lançamento14 de outubro de 2020
A série abre com um caso de restauração no Estado do Pará, em plena floresta amazônica. Trata-se da transformação da família Soares, agricultores do município de Juruti, que migraram da tradicional produção exclusiva de mandioca para um sistema agroflorestal. Adicionando árvores nativas da Amazônia, com frutíferas e outras culturas agrícolas junto da mandioca, eles esperam elevar a produtividade e a renda ao mesmo tempo em que restauram uma área de floresta que sofria com práticas de corte e queima.
Episódio 2: O domesticador de árvores
Lançamento 21 de outubro de 2020
Da agricultura familiar em Juruti passamos para a história de um investidor que viu na floresta taxas invejáveis de retorno. O CEO da Symbiosis Investimentos, Bruno Mariani, aliou o conhecimento da carreira no mercado financeiro à paixão pela natureza para fazer um investimento inédito no melhoramento genético e plantio em larga escala de espécies arbóreas nativas. A história de Bruno mostra o potencial econômico do Brasil e revela que a atividade já está se profissionalizando.
Episódio 3: A sertaneja que colhe dinheiro das árvores
Lançamento 28 de outubro de 2020
O terceiro episódio permanece na Bahia, mas viaja ao Sertão – para Pintadas, com características semelhantes a centenas de outros municípios da Caatinga – onde um grupo de mulheres está fazendo história. Uma delas é Silvany Lima. Ao contrário de muitos outros agricultores da região que desmataram para se dedicar exclusivamente à criação de gado, cabras e ovelhas, ela manteve as árvores nativas de umbu em sua propriedade, que hoje fornecem não apenas uma fruta deliciosa, mas também uma necessária sombra que ajuda a baixar a temperatura e manter a umidade do solo. Ela vende os frutos do umbu para uma fábrica de polpa da cooperativa Adapta Sertão, formada por 200 mulheres.
Episódio 4: Os guardiões da juçara
Lançamento 4 de novembro de 2020
Descendo para o Espírito Santo, temos uma família de pioneiros. Emerson e Viviane são os primeiros agricultores do Espírito Santo autorizados a manejar a palmeira juçara, espécie em extinção no Brasil que produz um fruto semelhante ao açaí. O casal tem recebido apoio e auxílio de diversos programas do Governo do Estado. Eles estão plantando mudas de palmito juçara em toda a propriedade, integradas a sistemas agroflorestais para acelerar a restauração. O objetivo é desenvolver uma agroindústria capaz de acessar o mercado formal e convencer palmiteiros a trabalhar com a fruta e não com o corte da palmeira.
Episódio 5: O semeador de mercados
Lançamento 11 de novembro de 2020
A série se encerra em São Paulo, no Vale do Paraíba, onde o agricultor Patrick Assumpção investe há mais de 10 anos em sistemas agroflorestais e plantio de árvores de espécies nativas para ressignificar a fazenda do avô, que chegou a ser praticamente uma cidade na primeira metade do século 20. A principal atividade de sua fazenda é o plantio de árvores nativas para obtenção de madeira, utilizadas na construção civil ou na construção de embarcações, entre diversas outras aplicações. Patrick espera disseminar os sistemas agroflorestais e incentivar a restauração de 40 mil hectares em todo o Vale do Paraíba.
Por Ciclovivo
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