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Recife de coral raro e intocado é encontrado na costa do Taiti

Apesar de ser uma estudiosa do mar, a pesquisadora Laetitia Hédouin não esperava mais do que um mergulho recreativo quando submergiu na costa da ilha Taiti, no Pacífico Sul, há alguns meses. Acabou fazendo, no entanto, uma grande descoberta sobre a vida marinha local, quando deparou-se com um recife de corais nunca antes estudado.

Com 3 quilômetros de extensão, o recife foi descoberto por Hédouin, cientista do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica em Moorea, e analisado por uma expedição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no final de 2021. E não é apenas sua extensão que impressiona, mas também o estado em que foi encontrado: perfeitamente preservado.

“A Polinésia Francesa sofreu um evento de branqueamento significativo em 2019, no entanto, este recife não parece ter sido significativamente afetado”, comemora Hédouin em comunicado à imprensa. “A descoberta deste recife em tão bom estado é uma boa notícia e pode inspirar a conservação futura. Achamos que os recifes mais profundos podem estar mais bem protegidos do aquecimento global.”

Recife de coral raro e intocado é encontrado na costa do Taiti (Foto: UNESCO/Alexis Rosenfeld/1 Ocean)
Recife de coral raro e intocado é encontrado na costa do Taiti (Foto: UNESCO/Alexis Rosenfeld/1 Ocean)

O recife de coral parece não ter sido impactado pelo aquecimento das águas na região, que causou o branqueamento de outros corais em 2019. Ele também não foi impactado pelos tsunamis que atingem o Pacífico Sul nas últimas semanas, com a erupção de um vulcão em Tonga.

Uma diferença importante em relação a outros recifes pode ajudar a explicar a resistência a eventos como estes. Diferente da maioria dos corais, encontrados em águas rasas, o recife recém-descoberto no Taiti está a uma profundidade relativamente grande, entre 35 e 70 metros. Esta condição, por sinal, exigiu que a expedição organizada pela Unesco contasse com preparo especial, incluindo o uso de tanques de oxigênio especiais. Nos mergulhos – que duraram, ao todo, 200 horas – a equipe tirou fotos, fez medições e recolheu pequenas amostras dos corais.

Segundo Hédouin, os estudos podem ajudar a compreender porque alguns recifes resistem às interferências humanas e às mudanças climáticas e que papel os corais profundos desempenham no ecossistema marinho. Outros mergulhos para estudar o coral já estão sendo planejados.

Por Galileu

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