• SIGA O JUSCELINO NAS REDES

Poeira na atmosfera está camuflando o real aquecimento global

Um estudo da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA) indica que um aumento na poeira microscópica presente na atmosfera tem escondido a real dimensão da influência dos gases estufa no aquecimento global. A poeira tem origem em tempestade de areia nos desertos e está mascarando até 8% do aquecimento no planeta.

Em março de 2022, uma nuvem de poeira do Saara deixou o céu europeu alaranjado (Imagem: Reprodução/Rafael Nexus)

Segundo os pesquisadores, desde a metade do século XIX, a quantidade de poeira proveniente dos desertos presente na atmosfera aumentou cerca de 55%. Por aumentar a quantidade de radiação solar refletida de volta para o espaço, essa poeira tende a resfriar levemente o planeta. Porém, caso seu nível volte a diminuir — ou só mesmo pare de crescer — o aumento de temperatura pode ser brusco.

Jasper Kok, coautor do estudo, diz que “demonstramos que a poeira desértica aumentou e muito provavelmente agiu levemente contra os gases estufa, isso vem faltando nos modelos climáticos atuais.” O cientista compara a um carro que vem acelerando com o freio parcialmente ativado. Se o freio for solto, a aceleração será maior.

Desde antes da revolução industrial, o planeta teve um aumento de temperatura média de 1,2ºC. Kok afirma que, na prática, o valor pode ser até meio décimo maior. Parece pouco, mas “com o planeta chegando perto dos 1,5ºC que os cientistas consideram especialmente perigoso, cada décimo importa,” ele afirma.

A quantidade de poeira desértica na atmosfera pode estar camuflando até 8% do aquecimento global (Imagem: NASA Worldview)

Os pesquisadores usam tanto imagens de satélites quanto medidas em terra firme para estimar a quantidade das partículas de poeira no ar. Entre as causas do aumento observado, podem se destacar o desgaste do solo, ventos mais intensos e mudanças no uso da terra.

Ainda não está claro qual deve ser o comportamento da poeira nos próximos anos e décadas. O histórico desde níveis pré-industriais não é estável, tornando difíceis tais previsões.

Fonte: Nature Via: UCLA

Por Canaltech

0 Comentários

Deixe um comentário

Seu email não será publicado.

Inscreva-se

Receba as últimas notícias do Blog do Juscelino