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Permafrost da Sibéria é uma fonte massiva de gases de efeito estufa, diz estudo

Uma nova fonte massiva de dióxido nitroso (N2O), um dos principais gases de efeito estufa (GEE), foi descoberta no permafrost da Sibéria. Segundo o estudo liderado pela University of Eastern Finland, a região se estende por mais de um milhão de metros quadrados no hemisfério Norte em um tipo abundante de solo congelado, chamado Yedoma.

Para que a crise climática seja combatida com a devida urgência que ela exige, é necessário entender quais fatores têm contribuído para o aquecimento global. Este é o caso do derretimento do permafrost — ou pergelissolo —, um solo encontrado no Ártico rico em matéria orgânica e permanentemente congelado.

O mapa aponta para os locais de estudo, onde o vermelho representa o permafrost Yedoma no Ártico (Imagem: Reprodução/M. E. Marushchak et al.)

Conforme este solo derrete, ele passa a liberar gases de efeito estufa como o dióxido nitroso. Para o estudo, os pesquisadores examinaram os rios Lena e Kolyma, localizados ao nordeste da Sibéria. Ali, eles perceberam que, conforme o Yedoma derrete ao longo das margens, ele libera de 10 a 100 vezes mais N2O do que a quantidade normal esperada.

Os autores explicaram que o alto conteúdo de gelo torna a região vulnerável ao degelo abrupto e, portanto, ao colapso do solo, mobilizando rapidamente os estoques de carbono e nitrogênio. Nas encostas e às margens do Ártico, cria-se uma exposição íngreme com dezenas de metros de altura que favorece essa dinâmica.

O N2O é produzido por determinados micróbios presentes no solo e ele não é tão abundante quanto outros GEE, como o dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). No entanto, seu efeito ao longo prazo para o clima é bem maior. Por exemplo, em um período de 100, ele é 300 vezes mais forte do que o CO2.

Derretimento do permafrost

A partir da análise do permafrost, os pesquisadores observaram que, embora o derretimento comece de forma lenta, uma vez iniciado ele se torna cada vez mais veloz. À medida que o solo descongela, a população de micróbios produtores de N2O cresce, enquanto os organismos que os consomem diminuem.

Isso afeta o ciclo do nitrogênio — e o resultado é mais N2O liberado. Além disso, os pesquisadores destacaram que esta dinâmica não se limita apenas aos locais analisados da pesquisa. Até então, pensava-se que o nitrogênio do permafrost não fosse um agente tão severo das mudanças climáticas, uma vez que seu ciclo era mais lento.

Por outro lado, os pesquisadores destacaram que o degelo também pode melhorar a disponibilidade de nitrogênio para os ecossistemas árticos, ajudando no sequestro de carbono executado pelas plantas. Ainda assim, é necessário que mais estudos sejam realizados para entender a complexidade desses fenômenos na região.

Fonte: Nature Communications; Via  ScienceAlert

Por Canaltech

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