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Filme narrado em guarani mostra história e desafios de aldeia indígena em São Vicente, SP

O filme ‘Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn’ (Índio não é fantasia) mostra a história e os desafios atuais da aldeia indígena Paranapuã, localizada em São Vicente, no litoral de São Paulo. Narrado em guarani, o documentário foi exibido em uma pré-estreia na última quarta-feira (29), no Teatro Rosinha Mastrângelo, em Santos (SP).

O filme é dirigido pelo cineasta Dino Menezes e narrado pelo cacique Wêrá Mirim (Ronildo Amandios), da aldeia Paranapuã.

O documentário faz parte de um projeto que envolve duas obras cinematográficas. O segundo curta-metragem, por outro lado, é totalmente em português e, segundo o diretor, deve ainda abranger o marco temporal em Brasília (DF) para a demarcação de terras.

Com o marco temporal, as etnias só podem reivindicar a demarcação de terras nas quais já estavam antes da promulgação da Constituição de 1988. A discussão põe ruralistas e povos originários em lados opostos.

Somente após a votação da tese pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é que o projeto passará por uma estreia oficial. “O filme em guarani pede para que as terras sejam demarcadas. Só estamos esperando esse ‘final’ para o documentário”, disse Menezes.

“Índio não é fantasia”

Localizada dentro do Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente, os indígenas que formam a aldeia são considerados um marco da luta dos Guarani pelo direito à terra, garantida na Constituição de 1988.

É justamente essa história de resistência que forma a linha de condução do filme ‘Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn’. O documentário aborda desde as origens da aldeia, a cultura e o cotidiano da comunidade. Além do desafio da preservação das tradições da etnia e da natureza.

Para reforçar a importância da cultura e tradição do povo originário, a produção é toda falada em guarani e legendada em português. A única exceção é a participação da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que teve suas falas legendadas em tupi.

O roteiro do filme contou com a parceria de Nildo Ferreira. A pesquisa foi elaborada por Rafael Moreira e Simone de Marco. A trilha sonora foi feita pelos próprios indígenas, com captação e finalização de Brayan Gori. A produção é de Vanessa Rodrigues Aguiar, que também cuida da direção de arte. Estela Magalhães é a responsável pela direção de produção. A direção de fotografia é de Fabiano Keller e Michel Custódio. A produção executiva foi realizada por Leandro Taveira.

O filme ainda teve apoio do 9° Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes no Município de Santos, com aporte do Fundo de Assistência à Cultura (Facult).

Por G1

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