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Cientistas alertam que correntes oceânicas estão cada vez mais intensas

Os chamados redemoinhos oceânicos desempenham um papel importante na distribuição das águas quentes e frias pelo planeta, bem como no transporte de carbono e nutrientes — regulando o clima global e regional. A partir das observações de satélites das últimas três décadas, pesquisadores revelam que estas correntes estão ficando cada vez mais fortes e isto traz implicações diretas para as mudanças climáticas.

Os redemoinhos oceânicos estão presentes por todo o planeta. A partir da perspectiva dos satélites, é possível observar movimentos circulares na superfície das águas. Estas estruturas costumem medir entre 10 a 100 km de diâmetro e se destacam em algumas regiões como a Corrente do Golfo, no Atlântico Norte; a Corrente Kuroshio, no Pacífico Norte; o Oceano Antártico, ao redor da Antártida e, próximo à Austrália, a Corrente da Austrália Oriental — famosa pelo filme Procurando Nemo (2003).

(Imagem: Reprodução/Michael Meredith)

O movimento desses redemoinhos tem implicações locais e globais, por isso a importância de entender como o aquecimento global tem afetado esta dinâmica ao longo das últimas décadas. Mesmo a grandes altitudes, satélites conseguem detectar mudanças na elevação da superfície do mar em questão de centímetros. Através de seus dados, cientistas conseguem traduzir estas mudanças em velocidades de fluxo do oceano — e, assim, determinar o quão “energético” é um redemoinho.

Um grupo de pesquisadores liderado pelo oceanógrafo Josué Martínez-Moreno, candidato a doutorado pela Universidade Nacional da Austrália, analisou cuidadosamente os dados disponíveis entre os anos 1993 até 2020. Martínez-Moreno e sua equipe descobriram que as regiões que já são ricas em redemoinhos oceânicos estão ficando ainda mais ricas. Em média, as estruturas estão se tornando até 5% mais energéticas a cada década. A região que apresentou a maior mudança é o Oceano Antártico — conhecido com um importante ponto de absorção de calor do oceano e armazenamento de carbono.

O registro de satélites permite que os especialistas façam leituras comportamentais destes redemoinhos e obtenham as prováveis tendências de longo prazo. Por serem relativamente pequenas, estas estruturas circulares costumam se deixadas de lado nas previsões. Para os autores do estudo isto é preocupante, uma vez que os redemoinhos estão se tornando mais intensos com o passar do tempo.

Os pesquisadores esperam que este novo estudo mostre o quão crucial é considerar estes redemoinhos oceânicos em projeções climáticas futuras — caso contrário, algo importante pode ser negligenciado. O estudo foi publicado em 22 de abril deste ano, na Nature Climate Change.

Por Canal Tech

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