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Campanha conta a história de quem vive no Cerrado e do esforço para a preservação do bioma

A Rede Cerrado e o WWF-Brasil lançaram nesta segunda-feira (15) uma campanha de conservação e valorização do Cerrado. Até o dia 17 de agosto serão publicados diversos podcasts com histórias das populações locais. O bioma é o maior de Mato Grosso do Sul, abrangendo cerca de 61% do território estadual, e o segundo maior do Brasil, com aproximadamente 24% da área do país.

A campanha também conta com o site cerrados.org.br, que terá informações e dicas de mobilização para a preservação local, bem como chatbot pela página da Rede Cerrado no Facebook. Os podcasts, disponíveis no Spotify e em outras plataformas digitais, expõem os desafios humanos e ambientais, a partir de histórias de pessoas locais e seus esforços de sobrevivência e conservação do Bioma.

O primeiro episódio, Semeando água, conta como Fabrícia Costa, uma coletora de sementes nativas que, sofrendo com a falta de água em sua região, se une a outros moradores da comunidade Roça do Mato para replantar o Cerrado no norte de Minas Gerais como forma de combater a escassez hídrica.

O principal objetivo da iniciativa é mostrar como que o Bioma é indispensável para a regulação hídrica do Brasil. As raízes das árvores do Cerrado atuam como uma esponja gigante, absorvendo e estocando água da chuva e distribuindo para 8 bacias hidrográficas do Brasil, alcançando milhões de nascentes e aquíferos importantes, como o Bambuí, Urucuia e Guarani.

Mesmo abrigando 12% da população brasileira e alcançando 11 estados mais o Distrito Federal, o Cerrado ainda é pouco conhecido e valorizado se comparado à Amazônia, por exemplo. Trata-se da maior savana biodiversa do mundo, que abriga 5% de todas as espécies da Terra (32% das quais são únicas), com 12 mil espécies de plantas.

A coordenadora geral da Rede Cerrado, Maria do Socorro Teixeira Lima, conta que no Cerrado vivem cerca de 80 etnias indígenas e essas vivem dos recursos naturais proporcionados pelo bioma. De acordo com ela, os modos de vida tradicionais desses indígenas são um dos mais importantes aliados na conservação dos ecossistemas, pois formam paisagens produtivas que proporcionam a continuidade dos serviços ambientais prestados pelo Cerrado, como a manutenção da biodiversidade, dos ciclos hidrológicos e dos estoques de carbono.

A riqueza e biodiversidade do Cerrado tem perdido espaço para o desmatamento causado pelo mau gerenciamento das cadeias produtivas de carne bovina, soja e também do processo de especulação fundiária. Essa situação é retratada no quarto episódio, onde mostram como moradores da comunidade Cacimbinha enfrentam invasões, ameaças e se tornam vítimas da grilagem de terras.

O trabalho dos nativos é indispensável para a preservação do Bioma — Foto: WWF-Brasil/André Dib

O trabalho dos nativos é indispensável para a preservação do Bioma — Foto: WWF-Brasil/André Dib

Em outro episódio, é contado a história da jovem Lusineide, uma líder comunitária, que organiza projetos, une vizinhos e cria novas ferramentas de proteção do Cerrado no oeste da Bahia. Apesar da resistência, desde 2009 a média de desmatamento tem sido de 1 milhão de hectares por ano, segundo o INPE, só em 2018 foram desmatados 660 mil hectares.

Metade do Cerrado já foi perdido e a disseminação de informação e orientação sobre preservação e conservação ajudarão no conhecimento e valorização da identidade e riqueza local. Para contribuir com as orientações, a campanha inclui ferramentas virtuais de capacitação de movimentos e vozes locais, com conhecimento e legitimidade para propor pautas em defesa do ambiente e das comunidades do Bioma.

“Com esta campanha, convidamos as pessoas a se conscientizar sobre o momento que vivemos e a importância do agirmos juntos, agora. Seja no ativismo digital, na educação, no voluntariado ou apoiando como doadores os projetos que realizamos com vários parceiros em todo Brasil”, explica Gabriela Yamaguchi, diretora de Sociedade Engajada do WWF-Brasil.

“A mensagem coletiva que compartilhamos é que cuidar da natureza, florestas e savanas, rios, mangues, oceanos e toda a sua diversidade de vidas. É cuidar de nós mesmos”, finalizada a diretora.

Por G1

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