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Amazonas tem seis das dez áreas protegidas mais ameaçadas do bioma

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia  (Imazon) divulgou um estudo na última terça-feira (9) indicando que a chamada “nova fronteira do desmatamento”, que avança pelo sul do Amazonas, tem provocado intensa pressão sobre as áreas protegidas do estado. Segundo o levantamento, seis das dez áreas protegidas mais ameaçadas da Amazônia estão neste estado. 

Antes uma das porções mais preservadas do bioma, o Amazonas tem superado índices históricos de desmatamento nos últimos anos e, em 2021, se tornou o segundo que mais destruiu a floresta, segundo números oficiais.

O levantamento do Imazon mostrou que, entre abril e junho de 2022, estavam sob o risco iminente de ocorrência de desmatamento naquele estado: o Parque Nacional Mapinguari – que também tem parte do território em Rondônia – (1º lugar), a Floresta Nacional do Iquiri (3º lugar), Floresta Nacional do Aripuanã (4º lugar), Parque Nacional dos Campos Amazônicos – que tem porções no Mato Grosso e Rondônia – (6º lugar), Floresta Nacional de Balata-Tufari (8º lugar) e Floresta Nacional do Jatuarana (9º lugar). Todas estão sob a tutela do governo Federal.

No mesmo período do ano anterior (abril a junho de 2021), eram quatro o número de unidades sob ameaça no estado.

Desmatamento consolidado 

Quando consideradas as áreas protegidas que sofreram maior pressão – onde o desmatamento foi consolidado, segundo o Imazon –, o Pará aparece no topo da lista, no período de abril a junho de 2022. 

Seis das dez unidades são desta unidade da Federação: Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu (1º lugar), APA do Tapajós (2º lugar), Terra Indígena Apyterewa (4º), Floresta Nacional do Jamanxim (5º), Estação Ecológica (Esec) da Terra do Meio (7º lugar) e Terra Indígena Cachoeira Seca do Iriri. 

Terras Indígenas

É também no Pará que está a maioria das Terras Indígenas com maior pressão na Amazônia. Cinco das dez TIs mais pressionadas estão neste estado. Na primeira posição do ranking vem a TI Apyterewa, que somente em junho concentrou 52% de todo desmatamento ocorrido nas terras indígenas da Amazônia.

“Foram 14 km², o que corresponde a 1.400 campos de futebol”, explica Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Localizada no município de São Félix do Xingu, a Apyterewa já havia sido a terra indígena mais desmatada na Amazônia em 2021, o que apontava a necessidade urgente de ações de proteção ao território. Neste ano, em maio, novas invasões de grileiros foram registradas no local, onde reside o povo Parakanã. Conforme a Polícia Federal, os invasores inclusive haviam deixado rebanhos bovinos sobre a terra indígena.

Na divisa do Pará com Amazonas e Mato Grosso, por onde o desmatamento avança, a pressão sobre Terras Indígenas também é verificada. Nesta região, está localizada a TI Mundurucu, que ocupa a 9ª posição do ranking do Imazon. Ela é habitada pelos povos Apiaká, isolados do Alto Tapajós e Munduruku.

“Os estados do Pará, Mato Grosso e, mais recentemente, o Amazonas, constantemente ocupam as primeiras colocações dos rankings de desmatamento na Amazônia. A divisa entre os três estados é um ponto crítico quando falamos de destruição da floresta, inclusive dentro de áreas de proteção ambiental já demarcadas como a Terra Indígena Mundurucu”, relata Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

Por O Eco

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