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Sob ameaça de extinção, onças-pintadas são monitoradas com chips em MT; câmeras em árvores flagram rotina de felinos

Pesquisadores estão fazendo um trabalho de monitoramento das onças-pintadas no Pantanal, com chips. Os felinos também têm a rotina acompanhada por câmeras de segurança instaladas nas árvores na área de mata. As câmeras flagram imagens da rotina dos felinos.

O primeiro animal que ganhou um colar com um chip de monitoramento foi um macho de 103 kg, em ótimo estado físico. “A principal sensação é a confiança porque é um método seguro que causa nenhum dano ao animal, que não causa dor”, afirma Cristina Cuiabália Neves, que é gerente de Pesquisa do Sesc Pantanal.

Onça é capturada para colocação de colar com chip

A ideia da pesquisa é identificar a quantidade de onças existentes na região e explorar informações importantes, como o movimento dos indivíduos de maneira mais detalhada.

O comportamento, as tomadas de decisões no uso do espaço, a permanência nos locais e o motivo da movimentação feita com mais frequência, por exemplo, devem ser identificados.

Segundo os pesquisadores, os dados são importantes para conservação da espécie, que está na lista de animais ameaçados de extinção.

Onças-pintadas enfrentaram um incêndio de proporções gigantes — Foto: Ernane Junior

Onças-pintadas enfrentaram um incêndio de proporções gigantes — Foto: Ernane Junior

O trabalho é realizado em uma reserva de 108 mil hectares, em Barão de Melgaço (MT).

Os dados coletados vão ajudar a monitorar a conservação da espécie ameaçada de extinção. Os pesquisadores querem saber por onde os felinos andam, como se comportam e como interagem com a natureza.

Ao todo, foram montadas nove armadilhas, todas próximas ao acampamento onde estão os pesquisadores. O ambiente é todo preparado com sons e cheiros que vão atrair os felinos para os locais corretos. Além disso, também existe todo um planejamento para evitar ferimentos e traumas dos animais.

Pesquisadores analisam a interação de onças com o pantanal, em Mato Grosso

Pesquisadores analisam a interação de onças com o pantanal, em Mato Grosso

O pesquisador do Instituto Reprocon, Antônio Carlos Csermak, explica que a partir do monitoramento é possível verificar o estado de saúde de cada animal. “Toda a parte de doenças a gente pode identificar, seja por bactérias, fungo ou vírus, com a coleta de material. A parte de genética é muito importante para nós porque esses animais estão em alguns locais isolados e o cruzamento entre animais aparentados é uma das causas de extinção”, contou.

O objetivo é fazer a pesquisa com mais cinco onças. No topo da cadeia alimentar, elas também fornecem informações importantes para entender qual o nível de conservação da fauna e flora da região.

Os pesquisadores ainda querem instalar mais 60 câmeras trap pela reserva.

A onça vai ser monitorada a partir de uma coleira com chip — Foto: Reprodução/Sesc Pantanal

A onça vai ser monitorada a partir de uma coleira com chip — Foto: Reprodução/Sesc Pantanal

A bióloga Gabirela Schuck de Oliveira afirmou que na área existem diferentes tipos de presas que ela pode usufruir desde os jacarés, cervo do pantanal. “Tem diversos animais que são recorrentes na imagem fotográfica e do animal, do porte e força que ela tem. Ela pode escolher a vontade o que ela vai consumir. Acaba diminuindo muito mais as chances dela sair desse local e buscar algum tipo de conflito”, afirmou.

As maiores onças do Brasil se encontram no Pantanal. Pesquisadores já estudaram um indivíduo macho que pesava 148 kg.

A ‘rainha das matas’ é símbolo da conservação da biodiversidade brasileira, habitando quase todos os biomas do país (exceto o Pampa, onde foi extinta). Um dos animais mais “famosos” da fauna possui características e comportamentos interessantes, por isso o Terra da Gente reuniu cinco curiosidades para você se encantar ainda mais com esse felino extraordinário.

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Seca no Pantanal de MT deixou vários animais mortos — Foto: Marcelo Oliveira

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Queimadas no Pantanal

Estudo realizado por 30 pesquisadores de órgãos públicos, de universidades e de organizações não-governamentais estima que, ao menos, 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas no Pantanal no ano passado.

O estudo alerta que as mudanças climáticas provocadas pelas ações do homem têm influenciado a frequência, a duração e a intensidade das secas na região. O impacto de seguidas queimadas pode ser catastrófico e empobrecer o ecossistema, que já é frágil durante o período sem chuvas. O fogo faz parte da dinâmica natural do Pantanal, mas não nessas proporções.

A biodiversidade do Pantanal é composta por mais de 2 mil espécies de plantas, 269 peixes, 131 répteis, 57 anfíbios, 580 aves e pelo menos 174 mamíferos. O número de invertebrados é desconhecido.

Por G1

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