O que é compostagem e qual sua importância para o meio ambiente?
Enquanto houver vida, haverá lixo, essa é uma regra, principalmente, para os tempos em que vivemos. No entanto, pensar em práticas que impactam menos o meio ambiente e reduzem a geração de lixo podem e devem ser uma saída para viver causando menos impacto no meio ambiente. Nesta pandemia de covid-19, com mais pessoas em casa, o lixo domiciliar cresceu. De acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) o aumento da geração de resíduo foi superior a dez por cento.
E se houvesse uma maneira mágica de ?sumir? com o lixo? Bem, não é exatamente um feitiço, longe disso, mas a compostagem é uma ótima alternativa para a matéria orgânica, que pode ter um outro destino final em vez das lixeiras. Vamos conhecer mais sobre a técnica a seguir.
O que é compostagem?
A compostagem é um processo biológico de decomposição e reciclagem de matéria orgânica, como sobras de frutas, verduras e fezes de animais herbívoros. O processo acontece na presença de oxigênio. O resultado é uma espécie de ?terra preta?, um composto orgânico, que pode ser aplicado para melhorar o solo sem a possibilidade de contaminação do meio ambiente.
“É um sistema natural no qual fungos, bactérias e outros microrganismos transformam os resíduos em compostos orgânicos ricos em húmus e nutrientes”, explica Bruno Yamanaka, Analista de Metodologias do Instituto Akatu, que trabalha pela conscientização do consumo consciente.
Ou seja, você vai colocar o que iria para o lixo na composteira e o processo transformará esses descartes em um adubo natural. Existem tipos diferentes de compostagem, vamos entender quais são a seguir.
Quais são os tipos de compostagem?
De acordo com Yamanaka, existem dois tipos principais de compostagem:
Vermicompostagem: Esse método usa minhocas no processo, elas são as responsáveis pela transformação dos resíduos em húmus e é um dos métodos mais rápidos.
Compostagem Seca: A compostagem seca tem o mesmo princípio da anterior, mas por não ter a presença de minhocas, a degradação dos resíduos ocorre apenas por parte dos microrganismos e é considerada mais lenta.
O que se produz, em ambos os casos, é igual, um composto líquido de cor preta e outro sólido que lembra a terra que vemos em florestas. “O composto sólido pode ser utilizado tanto para adubar diretamente as plantas, como para revitalizar vasos e melhorar terras enfraquecidas”, explica Yamanaka.
Ele também alerta sobre o composto líquido. “É um excelente adubo, no entanto, por ser muito rico em nutrientes, deve ser diluído na proporção 1:10 (1 parte do composto líquido para 10 partes de água) e a adubação não deve ser diária”, explica.
Para que serve a compostagem e qual sua importância?
De acordo com o manual Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente, cerca de 50% dos resíduos urbanos gerados no Brasil são orgânicos, e poderiam ser reciclados em casa ou em escala industrial.
A prática evitaria que esse lixo fosse enviado para aterros sanitários. “Colabora na redução das emissões de gás metano, que é produzido durante a decomposição da matéria orgânica, que ocorre principalmente quando esses resíduos são destinados aos aterros”, explica Yamanaka.
Pensando na escala doméstica, a composteira pode trazer benefícios e impactar positivamente. Entre os principais estão:
1. Diminuição do volume de resíduos enviados aos aterros. Podendo gerar economia aos municípios com o custo do transporte e do aterro;
2. Reciclagem do material orgânico e enriquecimento do solo com nutrientes gerados pela composteira;
3. Adubo ecológico que pode ser usados na produção de alimentos orgânicos em hortas domésticas;
4. Diminuir o mau cheiro do lixo doméstico e consequentemente atrair menos insetos;
5. Reduzir a necessidade de uso de fertilizantes químicos;
6. Menos plástico, já que o lixo estará menor e será preciso menos sacolas/sacos para o descarte.
Aderir a compostagem pode evitar até 30 anos de emissão de carbono
Provavelmente no cômodo em que você está lendo esse texto há uma lâmpada acesa, certo? Se você usasse a compostagem como uma prática por um único ano, seria possível poupar o carbono emitido por cinco lâmpadas de LED usadas diariamente por 30 anos.
(Divulgação/Instituto Akatu)
Os dados que chamam a atenção foram elaborados pelos cálculos de equivalência, do instituto Akatu, que considerou uma família de quatro pessoas, em que as pessoas reduziram a geração de resíduo orgânico pela metade e destinaram os resíduos que não puderam ser evitados para a compostagem.
Como fazer uma composteira em casa?
Se animou? Ecoa perguntou, ao instituto Akatu, o que você está louco para saber, se continuou lendo até aqui e reuniu os três passos básicos para fazer uma composteira em casa.
1. Compre três caixas plásticas;
2. Minhocas;
3. Terra
Para ver as especificações completas e como fazer a produção passo a passo, acesse o site do instituto: https://www.akatu.org.br/noticia/aprenda-a-fazer-uma-composteira-caseira/
Por UOL
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