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Geleiras antárticas derretem no ritmo mais rápido dos últimos 5,5 mil anos

Antártida é coberta por duas enormes massas de gelo — os mantos de gelo da Antártida Oriental e Ocidental — e, por causa do aquecimento global, elas vem diminuindo em taxas aceleradas nas últimas décadas. Um novo estudo liderado pela Universidade de Maine, nos Estados Unidos, e pelo British Antarctic Survey, do Reino Unido, mediu a taxa de mudança local do nível do mar e concluiu que o derretimento das geleiras pode aumentar em 3,4 metros o nível global do mar nos próximos séculos.

Publicada na Nature Geoscience no dia 9 de junho, a pesquisa identificou que, no período Holoceno, aproximadamente 5.500 anos atrás, o nível do mar local era cinco vezes menor, e que a razão mais provável para uma diferença tão grande é a recente e rápida perda de massa de gelo.

Para determinar essa informação, o time de cientistas estudou remanescentes de antigas praias da Antártida, como conchas e ossos de pinguins, através da datação por radiocarbono. Ao identificar a idade precisa dessas praias, eles puderam definir quando cada praia apareceu e, portanto, reconstruir as mudanças no nível do mar local ao longo do tempo.

Os pesquisadores estudaram os remanescentes das antigas praias da Antártida, como conchas e ossos de pinguins através da datação por radiocarbono (Foto: Divulgação/ Nature Geoscience)
Os pesquisadores estudaram os remanescentes das antigas praias da Antártida, como conchas e ossos de pinguins através da datação por radiocarbono (Foto: Divulgação/ Nature Geoscience)

Embora os dados da pesquisa não excluam as pequenas flutuações naturais das geleiras antárticas nos últimos 5, 5 mil anos, a conclusão é que a taxa atual de recuo das geleiras, que dobrou nos últimos 30 anos, é sem precedentes. “Embora essas geleiras vulneráveis ​​tenham sido relativamente estáveis ​​durante os últimos milênios, sua taxa atual de recuo está acelerando e já elevando o nível global do mar”, alertou Dylan Rood, do Departamento de Ciências da Terra e Engenharia da Imperial College London, em comunicado.

Os próximos passos da pesquisa incluem a perfuração do gelo da geleira para coletar rochas por baixo, que podem conter eventuais respostas se as atuais taxas de aceleração de derretimento são reversíveis ou não. “Essas taxas atualmente elevadas de derretimento de gelo podem sinalizar que essas artérias vitais do coração do manto de gelo foram rompidas. Agora, precisamos urgentemente descobrir se é tarde demais para parar o sangramento”, completou Rood.

Por Galileu

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