Creche na Nova Zelândia aposta em imersão na natureza
Uma escolinha infantil em meio às árvores, bem perto da praia e com arquitetura sob medida para proporcionar espaços agradáveis aos pequenos. Assim é a “Kakapo Creek Children’s Garden”, localizada na Baía de Mairangi, na costa norte de Auckland, na Nova Zelândia.
Os responsáveis desta creche privada acreditam que o melhor aprendizado e memória das crianças acontecem ao ar livre na natureza. É por isso que projetaram um espaço em que os pequenos podem diariamente explorar uma mini floresta, aprender sobre a flora e a fauna da Nova Zelândia e, em ocasiões especiais, até participar da experiência de acampar no mato com direito à cabana e fogueira.
“A saúde social, psicológica, acadêmica e física de uma criança é impactada positivamente quando ela tem contato diário com a natureza. O ambiente de Kakapo Creek é rico em natureza com grandes árvores, arbustos, samambaias e até nosso riacho com suas enguias, peixes e patos”, afirma a instituição.
Apoiada em pesquisas científicas, a Kakapo Creek também é adepta da filosofia de que é preciso se sujar e sentir a lama entre os dedos dos pés. Além de afirmar que crianças aprendem melhor brincando. “Mas não qualquer tipo de jogo”, ressalta a escola: a brincadeira deve ser criativa, natural e apoiada.
Há também a preocupação em evitar dietas altamente processadas, ricas em gordura, açúcar e produtos químicos. “Servimos alimentos integrais saudáveis e saborosos, frutas e vegetais e apoiamos o meio ambiente usando alimentos orgânicos sempre que possível e servindo um menu à base de plantas”, diz o centro de aprendizagem.
Crianças acima de três anos podem ainda participar de uma pequena excursão na “fazenda-floresta” – um espaço de 1,2 hectares (fora do ambiente escolar) onde elas podem passear, explorar a mata nativa e aprender sobre animais. No espaço, os pequenos também aprendem a cultivar vegetais e colher frutas orgânicas no pomar.
Voltada a crianças a partir de dois anos, a escola oferece a possibilidade dos pais levarem seus filhos de 0 a 2 anos para começarem a frequentar o espaço – de forma a ir se integrando aos poucos.
Arquitetura
Baseado no conceito maori Nga Hau E Wha, o desenho do edifício tem formato circular. Isso cria um espaço central – onde foi instalado um playground ao ar livre – sendo quatro salas de aula principais dispostas em torno dele. Cada sala é totalmente envidraçada, o que permite a conexão entre o interior e o exterior.
A escola possui cobertura de madeira laminada e um telhado verde, unificando ainda mais os espaços e entrelaçando a construção com a natureza ao redor. Os chamados “quatro ventos” simboliza um ponto de encontro para pessoas de todas as origens.
Desenvolvido pelo escritório Collingridge and Smith Architects, o centro de aprendizagem inclui ainda as seguintes técnicas sustentáveis:
- Ventilação natural por meio de portas e janelas envidraçadas.
- Amplas vidraças garantem iluminação natural ao longo do dia.
- O aquecimento e o resfriamento são fornecidos por unidades elétricas de bomba de calor escondidas acima do teto nos banheiros – de baixo custo e baixo carbono.
- Toda a iluminação LED de baixa potência
- Plantas nativas com amplo paisagismo ao redor do prédio e no telhado aumentam a biodiversidade.
- A cobertura verde reduz o acúmulo de água da chuva em mais de 50% no telhado. Toda a água que cai é descarregada no solo abaixo do prédio, onde é limpa por bactérias do solo e filtros de cascalho e, eventualmente, é filtrada antes de voltar ao riacho.
Para esta escola, a natureza é como um “remédio de aprendizagem que acende a criatividade, a curiosidade, a descoberta” aguçando os cinco sentidos.
Por Ciclovivo
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