Concurso de Fotografia da Vida Selvagem divulga fotos
Há 56 anos, o Museu de História Natural de Londres realiza o Concurso de Fotografia da Vida Selvagem, reunindo imagens que retratam a natureza no mundo inteiro.
Em 2020, fotógrafos e fotógrafas amadores e profissionais inscreveram mais de 49 mil fotos, de 86 países diferentes. Os vencedores serão anunciados no dia 13 de outubro, em um evento online.
Mas, antes mesmo do anúncio oficial o museu divulgou 10 imagens que ganharam destaque. Confira!
“O jantar da aranha” – Jaime Culebras
Uma bela aranha encontra ovos de rã e injeta neles enzimas digestivas. O próximo passo é um banquete pastoso. Para esta foto, Jaime caminhou por 4 horas na Reserva Manduriacu, que fica no norte do Equador, onde ele esperava ver esta espécie de rã durante o acasalamento.
O que ele encontrou, no entanto, foi uma cena que nunca havia presenciado: uma aranha compactas de cerca de 8 centímetros devorando os ovos de rã. O fotógrafo então posicionou a sua câmera e registrou toda a refeição: do momento em que a aranha injetava enzimas digestivas nos ovos, um por um, até a hora do jantar. A refeição completa demorou mais do que uma hora.
“Surpresa” – Makoto Ando
Um esquilo vermelho foge de um encontro surpresa com uma dupla de corujas alertas. O registro aconteceu na Floresta que fica ao lado do vilarejo onde Makoto vive, na ilha japonesa de Hokkaido. Para a foto, foi preciso esperar atrás de uma árvore, no frio, por muito tempo, até que as corujas decidissem fazer a pose perfeita. E, de repente, o esquilo apareceu de surpresa.
“Foi extraordinário conseguir captar os três animais na mesma árvore e na mesma foto”, conta Makoto. Estas corujas se alimentam justamente de pequenos mamíferos, o que inclui o esquilo.
A curiosidade do bichinho fez com que ele se aproximasse da toca das corujas que, por algum motivo, ao invés de atacá-lo, apenas observaram. O esquilo aproveitou para corrigir o seu erro e saltar para o galho mais próximo. Está tudo na foto de Makoto: a fuga do esquilo, a expressão das corujas e um pouco da paisagem deste lugar lindo.
“Papagaios do mar, lado a lado” – Evie Easterbook
Um casal de papagaios do mar do Atlântico, com suas cores vibrantes descansam ao lado do seu ninho, nas Ilhas Farne. Toda primavera, as pequenas ilhas inglesas atraem mais de 100 mil casais de pássaros marinhos, entre eles os papagaios do mar.
Durante o inverno, suas penas ficam Negras e cinzas, mas, quando vem para as ilhas para procriar, estes pássaros ganham contornos em volta dos olhos e cores vibrantes nos bicos que brilham com a luz do sol e garantem que cada indivíduo tenha uma identidade inconfundível.
Esta foto concorre na categoria de fotógrafos juvenis, entre 11 e 14 anos, e Evie registrou a cena quando estava viajando com a família, durante o recesso escolar. Ela permaneceu ao lado do ninho das aves e escolheu este casal para um lindo retrato familiar.
“Pássaros de Vento” – Alessandra Meniconzi
A fotógrafa estava nos Alpes Suíços e sofria com o vento extremamente forte. Mas, as gralhas de bico amarelo estavam em seu habitat natural e o vento é parte da sua vida.
Essa aves de montanha, ficam o tempo todo com seus pares, se alimentando de insetos durante os dias quentes e de sementes, frutas e restos de comida humana durante o inverno. Estão sempre em movimento, buscando a próxima refeição. A fotógrafa conseguiu capturar o movimento dos pássaros que aproveitam o vento forte para fazer manobras.
As patas vermelhas e os bicos amarelos criaram um contraste incrível com a paisagem da montanha monocromática.
“Turno da noite” – Laurent Ballesta
Com a chegada da noite, no Atol Fakarava, na Polinésia Francesa, os moluscos começam a se mexer. Estes são dos grandes – tem cerca de 15 centímetros de diâmetro na base e permanecem escondidos durante o dia. No escuro, saem dos corais com suas conchas pontudas em forma de cones.
Estas conchas, quando estão sem a cobertura de algas, tem cores lindas e são usadas para produção de joias e outros adereços. Essa caçada levou a espécie a lista de ameaçadas de extinção e ao trabalho de conservacionistas em sua defesa. Nesta foto, por cima destes moluscos, está um tubarão cinza de cerca de 2 metros.
“Vantagem inicial” – Dhritiman Mukherjee
Sempre atento, este papai crocodilo, com aproximadamente 4 metros, é um porto seguro para os filhotes. É época de procriação no Santuário Nacional Chambal, em Uttar Pradesh, norte da Índia.
Com uma população que já ultrapassou 20 mil indivíduos, esta espécie de crocodilo está ameaçada de extinção: estima-se que restem 650 animais adultos e 500 deles vivem no Santuário Chambal.
A espécie está perdendo seu habitat natural, com barragens e desvios dos rios, bem como extração de areia dos leitos de rio. A falta de alimento, com os peixes sendo capturados por redes e pesca predatória também são uma ameaça. Tantos os machos quanto as fêmeas cuidam dos filhotes recém nascidos e é uma boa dica ficar longe destes bebês.
“A floresta que nasce do fogo” – Andrea Pozzi
Araucania é uma região do Chile que tem este nome graças à sua floresta de araucárias. Esta paisagem de outono foi fotografada por Andrea, que se encantou com as cores do lugar há um ano.
Logo depois que o sol se põe, a paisagem ganha novas cores e passa a impressão de que tudo está coberto por uma pintura. Esta espécie de araucária tem a capacidade de sobreviver ao fogo e pode chegar a mais de 50 metros de altura, vivendo por mais de mil anos.
“Amazônia em chamas” – Charlie Hamilton James
O fogo queima fora de controle no norte do Brasil. Uma única árvore permanece em pé. “Um momento de estupidez humana”, resume o fotógrafo, que registra o desmatamento da Amazônia há uma década.
O fogo pode ter começado de maneira intencional para desmatar e usar a área para criação de gado ou monocultura agrícola. O desmatamento e queimadas não apenas destroem a biodiversidade e ameaçam a população local. Queimar árvores aumenta a emissão de gases de efeito estufa, que vai crescer ainda mais com o gado que será colocado sobre o solo da área desmatada.
“Gambás espiões” – Gary Meredith
Uma mãe e um filhote e gambá espiam o mundo desde o seu esconderijo, um telhado em um parque de Yallingup, na Austrália. Gary observou os dois por uma semana. Eles apareciam sempre no por do sol e observavam as árvores lá fora até escurecer.
Estes marsupiais são muito adaptáveis e estão presentes em ambientes urbanos e selvagens, se abrigando em casas, telhados ou em árvores. Os bichinhos provavelmente estão acostumados com a presença humana, pois quando Gary se aproximou para a foto, eles não se esconderam, mas continuaram com as cabeças apontando para a lente, curiosos pela câmera e aproximação do fotógrafo.
“Olho da seca” – Jose Fragozo
Um olho pisca no meio da lama quando um hipopótamo emerge para respirar – o que acontece a cada 3 ou 5 minutos. O desafio do Jose foi capturar justamente o momento em que o olho se abre.
O fotógrafo observa hipopótamos há muitos anos na Reserva Nacional Maasai Mara do Quênia. Os animais passam os dias submersos para regular a temperatura do corpo e proteger a pele sensível do sol. Durante as noites, eles saem para pastar.
A espécie, especialmente ameaçada pela seca e mudanças climáticas, é muito importante para o equilíbrio dos ecossistemas uma vez que fornecem nutrientes para peixes, algas e insetos. Mas, com a seca dos rios, a concentração de estrume reduz a reserve de oxigênio e mata a vida na água.
Por Ciclovivo
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