As ‘cicatrizes’ gigantes sobre a Terra deixadas pela mineração
Tais substâncias são, nas palavras do escritor Astra Taylor, o “passado condensado”, remetendo a períodos épicos de fúria magmática, florestas tropicais ou vapor hidrotermal.
Levam milhões de anos para se formar ou cristalizar, e apenas alguns instantes para serem removidas com maquinário e explosivos.
Desde que o homem percebeu pela primeira vez que o solo abaixo dele continha riquezas ocultas, passou a cavar para descobrir o que repousa sob seus pés.
A mineração torna possíveis quase todos os aspectos de nossas vidas modernas, e muitas vezes os efeitos sobre a natureza estão a muitos quilômetros de nossas casas.
Quando você depara visualmente com o impacto de uma mina, pode mudar sutilmente a forma como avalia seu consumo. Inclusive este texto chegou até você por meio de materiais geológicos — por trás dessa tela, emaranhada em eletrônicos, há metais que outrora estiveram retidos por milênios em uma rocha.
E, em algum lugar do mundo neste momento, nosso desejo crescente por tecnologia está alimentando pesquisas subterrâneas cada vez mais profundas e abrangentes em busca desses recursos.
A seguir, você vai ver inúmeras maneiras pelas quais a mineração transformou a superfície da Terra — sejam os tons surpreendentes e artificiais das “bacias de rejeitos” ou as paisagens a céu aberto que parecem ser as verdadeiras impressões digitais da humanidade.
Se os antigos minérios e minerais que cobiçamos são o “passado condensado”, então, infelizmente, o que nos espera é um futuro com cicatrizes.
Uma das maiores minas do mundo, com 84 tipos de minerais, é a ‘pegmatito nº 3’ em Xinjiang, na China.
Quando os minerais entram em contato com o ar, ficam avermelhados e depois escurecem à medida que se acumulam em águas mais profundas.
A mina Bingham Canyon, também conhecida como mina Kennecott Copper, no Estado americano de Utah, se assemelha à espiral de uma impressão digital gigante.
Em outra parte da Amazônia, no Peru, encontra-se uma área desmatada em decorrência da mineração ilegal de ouro na bacia do rio Madre de Dios.
A água laranja se espalha sobre a paisagem florestal perto de uma mina de sulfeto de cobre em desuso perto do vilarejo Lyovikha nos Urais, na Rússia.
A mina abandonada Khrustalny, em Kavalerovo, na Rússia, já produziu 30% do estanho da antiga União Soviética — parece a superfície de outro planeta.
A empresa estatal The Eti Mine Works atua em Eskisehir, na Turquia, onde o lítio — componente essencial das baterias — é produzido a partir de fontes de boro.
Lago em formato de pingente de uma mina de magnesita abandonada perto da vila de Vavdos nas montanhas de Chalkidiki, na Grécia.
A mina de diamantes Mir na Rússia, coberta de neve, dá uma ideia do que nossos descendentes podem descobrir. O que será feito desses legados do nosso consumo?
Por G1
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