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Animais idosos recebem atenção especial no zoológico do Parque Ecológico da Cidade da Criança

Lidar com o avanço da idade não é exclusividade dos seres humanos. A velhice também chega para os animais e com ela vêm restrições, mudanças de hábitos, necessidades fisiológicas. Neste 1º de outubro, quando é lembrado o Dia do Idoso, o G1 apresenta uma fração de como é o tratamento das espécies abrigadas no zoológico do Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP), e de dois “senhorzinhos” especiais.

Mesmo durante o período em que esteve fechado para a visitação devido à pandemia da Covid-19, o zoológico continuou com as equipes técnicas ativas para cuidar dos, aproximadamente, 240 animais de 37 espécies que habitam o local. Os principais focos do tratamento são alimentação, saúde e limpeza.

Animais recebem alimentação balanceada e com cuidados especiais

Animais recebem alimentação balanceada e com cuidados especiais

Por dia, as equipes preparam uma média de 120 a 130 quilos de alimentos dos variados tipos, como ração, frutas, legumes, carne, ovos e verduras. São quase quatro toneladas por mês.

Todos os animais são tratados com carinho no zoológico, mas tem alguns que recebem cuidados ainda mais especiais: os idosos.

Recintos individuais dos animais mais idosos recebem revestimento; foto exibe o interior da casa do gato-mourisco Logan — Foto: Cidade da Criança/Divulgação

Recintos individuais dos animais mais idosos recebem revestimento; foto exibe o interior da casa do gato-mourisco Logan — Foto: Cidade da Criança/Divulgação

Conforme contou ao G1 a médica veterinária Érica Silva Pellosi, “todos [os animais] recebem uma atenção especial, mas a deles é um pouquinho mais especial”.

“Esses animais [idosos] passam por um check-up mais vezes ao ano. Geralmente todos os animais passam por um check-up anual, mas os idosos a gente dá prioridade, a cada seis meses eles passam por um check-up, onde é ajustada alimentação, verificado como está a saúde deles, e, manejando eles de acordo com as necessidades que eles apresentam”, contou ao G1.

Um deles é a Bailarina, que esbanja beleza e cores. A arara-vermelha (Ara chloropterus), que recebeu esse nome por gostar de dançar, tem aproximadamente 60 anos de idade. Ela é a mais velha das aves que moram no aviário. A estimativa de vida da espécie, em cativeiro, pode ficar entre 70 e 80 anos, segundo comentou a veterinária.

Arara-vermelha-grande, que recebeu o nome de Bailarina, é a mais velha do aviário do Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Arara-vermelha-grande, que recebeu o nome de Bailarina, é a mais velha do aviário do Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Já entre os mamíferos, o que tem a idade mais avançada é o gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi) Logan. “Ele já tem em torno de 15 anos, o que para a espécie já é uma idade bem avançada”, comentou a médica veterinária.

De acordo com Érica, a espécie, quando em cativeiro, pode viver de 15 a 18 anos.

Gato-mourisco Logan é o mais velho entre os mamíferos residentes no zoológico do Parque Ecológico  — Foto: Stephanie Fonseca

Gato-mourisco Logan é o mais velho entre os mamíferos residentes no zoológico do Parque Ecológico — Foto: Stephanie Fonseca

Além do check-up, os idosinhos recebem uma alimentação diferenciada e com suplementação vitamínica.

“A gente está sempre atento se [o animal] está comendo ou não, o que eles gostam mais, o que eles gostam menos, porque eles também ficam igual a gente, cheios de manias”.

Também há uma adaptação no recinto dos idosos.

“No caso do Logan, ele gosta muito de ficar na casinha dele. A casinha dele é toda isolada com isolante térmico por dentro para ele aguentar os dias frios de uma melhor maneira. Das araras também; o recinto delas é todo barrado para vento”, contou ao G1. O isolamento térmico interno é feito com papelão, jornal ou caixinha de ovos.

Logan gosta de ficar na casinha, que tem um isolamento térmico

Logan gosta de ficar na casinha, que tem um isolamento térmico

“A gente sempre busca uma adaptação que cause um bem-estar melhor, que forneça esse bem-estar pra eles”, afirmou ainda.

A orientação aos tratadores é observar bem o comportamento dos animais para dar os cuidados necessários e, inclusive, essa “atenção especial” aos que precisarem.

“Então, qualquer alteração específica já é passada pra equipe técnica, a equipe técnica está sempre alerta, a gente já entra em ação, já entra em com tratamento, já muda o manejo, conforme necessário, pra manter o bem-estar deles e conseguir que eles tenham uma vida um pouco mais longa ainda”, salientou a veterinária.

Anhuma (Anhima cornuta) é uma das quase 40 espécies residentes no zoológico do Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Anhuma (Anhima cornuta) é uma das quase 40 espécies residentes no zoológico do Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Arara-vermelha-grande

A arara-vermelha-grande mede de 73 a 95 cm de comprimento, e pesa até 1,5 kg. A cor que lhe dá o nome é predominante, mas ainda tem as asas azuis com uma faixa verde.

A espécie está distribuída na Amazônia brasileira e em rios costeiros margeados por florestas no leste do país, chegando originalmente até o Espírito Santo, Rio de Janeiro e interior do Paraná. Encontrada também do Panamá ao Paraguai e Argentina.

Monogâmica, quando forma um casal, esta união é para sempre; uma característica da família dos psitacídeos. Quando têm filhotes, macho e fêmea cuidam de aumentar os buracos que fazem em troncos ocos de palmeiras ou em paredões rochosos, como forma de protegê-los dos predadores naturais (tucanos, macacos e cobras).

A devastação das florestas e a retirada de indivíduos de seu habitat (para tráfico e comércio ilegal), também se configura uma ameaça à sua sobrevivência. Tanto que a arara-vermelha-grande já está desaparecida de partes extensas de sua área de distribuição.

Um hábito curioso desta ave é o fato de ela se alimentar de terra e barro (normalmente ricos em minerais). A explicação mais recorrente é que elas fazem isso para neutralizar as toxinas que ingerem quando consomem frutas verdes. A arara-vermelha-grande pode viver 60 anos na natureza.

Gato-mourisco

O gato-mourisco mede de 48 a 83 centímetros de comprimento e sua cauda mede de 27 a 59 centímetros, de acordo com informações disponibilizadas pelo Projeto Onçafari. O peso pode variar de 3,7 a 9 quilos, com machos maiores do que as fêmeas.

A coloração do gato-mourisco varia do preto, marrom para o cinza, areia e marrom-avermelhado, com cores intermediárias e melânicas comuns. A espécie costuma ter pernas pequenas e uma aparência quase mustelídea. Tem pupilas redondas, diferentes de outros felinos, o que pode ser reflexo de seus hábitos diurnos.

Gato-mourisco Logan é o mais velho entre os mamíferos residentes no zoológico do Parque Ecológico  — Foto: Stephanie Fonseca

Gato-mourisco Logan é o mais velho entre os mamíferos residentes no zoológico do Parque Ecológico — Foto: Stephanie Fonseca

A espécie tem ampla distribuição pelas Américas, ocorrendo desde o México até a região central da Argentina, estando presente em praticamente todo o território brasileiro, porém em baixas densidades populacionais. Os animais são encontrados em uma grande variedade de habitats, incluindo florestas tropicais, cerrados, caatinga e áreas pantanosas, podendo ser encontrado em todos os biomas brasileiros.

Ao contrário da maioria dos felinos selvagens, os gatos-mouriscos preferem caçar durante o dia, quando estão mais ativos. Começam a se mover pouco antes do amanhecer até pouco depois do entardecer. Apesar de serem muito habilidosos ao se locomover em árvores, preferem caçar no chão. Geralmente, são animais de hábitos solitários, podendo tolerar a presença de outros indivíduos em seu território. Na natureza, a maioria das observações é de indivíduos solitários, mas em cativeiro eles são bastante sociáveis.

Podem se alimentar de praticamente tudo que puderem, variando entre mamíferos de pequeno e médio porte, além de cobras, lagartos, aves, insetos, peixes e anfíbios.

A gestação varia entre 65 e 75 dias, e podem dar à luz entre um e quatro filhotes. Não possuem um período bem definido para reprodução, podendo ocorrer durante o ano todo. Atinge a maturidade sexual por volta dos 2 anos de idade.

Araracanga (Ara macao), ou arara-vermelha-pequena, também reside no zoológico do Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Araracanga (Ara macao), ou arara-vermelha-pequena, também reside no zoológico do Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Macaco-prego é uma das espécies que podem ser vistas no Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Macaco-prego é uma das espécies que podem ser vistas no Parque Ecológico da Cidade da Criança — Foto: Stephanie Fonseca

Por G1

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