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Infância, natureza e a ética do cuidado

No final da década de 70, um professor da Universidade Estadual de Iowa, Thomas Tanner, investigou a vida de ambientalistas na tentativa de identificar o que os havia atraído para o ativismo ambiental, e descobriu que a influência mais significativa foi a experiência vivida na natureza, em zonas rurais ou lugares de natureza selvagem.

  • Foto: Pixabay

Em 2006, Nancy Wells e Kristi S. Lekies, pesquisadoras da Universidade de Cornell, desenvolveram estudos para investigar a influência da infância na formação de ambientalistas. Cerca de  2 mil pessoas com idades entre 18 e 90 anos foram entrevistadas com o intuito de averiguar a possível relação entre o grau de exposição da criança à natureza e o nível de consciência ambiental na idade adulta.

A pesquisa apontou que a preocupação dos adultos pelo meio ambiente e o comportamento que isto gera, tem relação direta com a participação em atividades na natureza selvagem nos primeiros anos de vida. O estudou sugeriu ainda que o brincar livre na natureza é muito mais efetivo do que atividades comandadas por adultos.

Uma década depois, a pesquisadora Catherine Broom da Universidade de British Columbia concluiu em seus estudos que, quanto mais uma criança cresce em contato com áreas verdes, maior a sua chance de apreciar e cuidar do meio ambiente na fase adulta. Oitenta e sete por cento das pessoas participantes da pesquisa que tiveram oportunidades de brincar ao ar livre em contato com o mundo vivo, durante a infância, ainda mantinham o afeto pela natureza quando adultos, e oitenta e quatro por cento desses jovens disseram que cuidar do meio ambiente é uma prioridade para eles.

  • Foto: Pixabay

Rupert Sheldrake, autor do livro ‘O Renascimento da Natureza’ diz que “mesmo que não sejamos capazes de nos lembrar de haver experimentado algum sentimento intuitivo de conexão com a natureza na nossa infância, o fato é que, nos anos de formação, estabelecemos padrões de relacionamento com o mundo natural que, inconscientemente continuam a nos influenciar. Eles afetam nosso desejo de retornar à natureza”.

Diante de tudo isso, se quisermos garantir uma nova geração de cuidadores do meio ambiente, precisaremos resgatar os vínculos das crianças com a natureza e  investir na formação de um reservatório de experiências vivas e reais nos primeiros anos de vida, estimulando a apreciação e o respeito pela natureza e por todos os seres vivos.

Por Ciclovivo

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